Ao longo dos anos, Isabel dos Santos e o marido, Sindika Dokolo - agora no centro do furacão Luanda Leaks -, realizaram vários negócios imobiliários pelo mundo fora, de Angola a Londres, passando pelo Dubai e Lisboa. Muitas das vezes, as transações foram realizadas através de empresas e não em nome pessoal. Isto mesmo terá acontecido com o luxuoso apartamento que o casal adquiriu, em 2015, no Mónaco por mais de 50 milhões de euros.
O edifício Petite Afrique - construído pela FPMC, este foi um dos mais importantes projetos imobiliários dos irmãos Andrea e Pierre Casiraghi, filhos da princesa Carolina - soma dez andares, tem segurança privada durante todo o dia, piscina e vista sobre o Mediterrâneo, situando-se na zona de Monte Carlo.
"O sexto andar ficou para Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, que o adquiriram discretamente: não em nome pessoal, mas através da empresa maltesa Athol Limited", revela o Expresso, com base em documentos do “Luanda Leaks”, o mais recente projeto do consórcio internacional de jornalismo de investigação ICIJ.
O contrato de venda do apartamento - que faz parte do acervo de 715 mil documentos que integram o Luanda Leak, e agora citado pelo jornal, - descreve "um amplo apartamento com hall, sala de jantar, com terraço virado a Sul, biblioteca, dois quartos principais e outros dois quartos de serviço para empregados, e direito a quatro lugares de estacionamento".
Como foi comprado este luxuoso apartamento?
Através da Athol Limited, de Malta, a filha do antigo presidente de Angola e o marido desembolsaram 55 milhões de dólares (cerca de 50 milhões de euros ao câmbio atual) por um apartamento no luxuoso edifício Petite Afrique, no Mónaco, segundo conta o Expresso.
Isabel dos Santos e Sindika Dokolo, detalha o jornal, criaram a sociedade instrumental para o investimento no Mónaco a 8 de novembro de 2012, em Malta. A empresa que comprou o apartamento chama-se Athol Limited. Entre os responsáveis da empresa figuram o advogado português Jorge Brito Pereira e o advogado maltês Noel Scicluna, antigo embaixador de Malta na Dinamarca, país do qual Sindika Dokolo tem cidadania.
A Athol começou por ter como acionista único Sindika Dokolo. “É um investimento imobiliário. Não vivemos no Mónaco. Não tem nada de ilegal, nem vejo o que haja a comentar”, declarou Sindika Dokolo à RFI e ao ICIJ. Mas, ainda segundo o Expresso, em 2014 Dokolo vendeu a sua posição à mulher. Isabel dos Santos ficou com 1999 ações da Athol e Jorge Brito Pereira com uma ação apenas.
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