Projeto inovador conjuga as ervas aromáticas e especiarias autóctones de Trás-os-Montes com o azeite virgem extra de Vila Flor.
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Jovem casal criou marca de azeite no confinamento e já vende no mercado holandês
Azeites Pintarroxo

Inês Guimarães, 24 anos, e Pedro Castro, 31 anos, são um jovem casal empreendedor português que, durante o período de confinamento obrigatório por causa da pandemia da Covid-19, decidiram criar algo próprio. E foi, desta forma, que nasceu o projeto Azeites Pintarroxo, em Vila Flor, distrito de Bragança, capital do azeite e conhecida também como a terra das ‘amendoeiras em flor’.

“Este projeto nasceu com a vontade de criarmos algo novo, algo inteiramente nosso”, contam ao idealista/news, Inês e Pedro, sobre a ideia que esteve na base do projeto Azeites Pintarroxo. Assim, de modo a promoverem a criação de produtos inovadores num setor extremamente tradicional como é o do azeite, pensaram que seria interessante conjugar as ervas aromáticas e especiarias autóctones de Trás-os-Montes, com o azeite virgem extra de Vila Flor. E assim fizeram: “experimentámos várias receitas, diversas infusões e vários métodos de produção até chegarmos aos produtos finais”, tal como revelam.

Jovem casal criou marca de azeite no confinamento e já vende no mercado holandês
Azeites Pintarroxo

Para Inês, engenheira biomédica, e Pedro, formado em Ciências Farmacêuticas e com doutoramento em Biotecnologia, os meses de confinamento proporcionaram “bastante tempo para maturar a ideia, pensar na imagem da marca e na mensagem que queríamos passar, idealizar a embalagem e elaborar um plano de negócios”.

Malagueta, Zimbro, Rosmaninho, Tomilho e azeite de qualidade

Os Azeites Pintarroxo são produzidos nas terras quentes do Douro Superior, em Vila Flor, e transformados usando malagueta, zimbro, rosmaninho (alecrim) e tomilho. “Cada uma destas especiarias confere um carácter único e inovador aos tradicionais azeites virgem extra de elevadíssima qualidade, que se produzem em Vila Flor”, acrescenta Inês.

Por outro lado, destaca Pedro, “como as ervas aromáticas e especiarias que usamos transportam sabores nativos e conhecidos da cozinha mediterrânea, os Azeites Pintarroxo ocupam uma posição muito interessante que combina harmoniosamente a novidade e o saboroso conforto da tradição”.

A produção do azeite virgem extra é levada a cabo pela Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Vila Flor e Ansiães. “Depois transformamos manualmente o azeite com as ervas aromáticas, numa pequena unidade de produção”, precisa.

A fase seguinte foi a criação de um rótulo, com a ajuda de uma ‘bioengenheira’ com mão de artista, Marina Castro. “Decidimos usar o Pintarroxo como imagem de marca por ser uma ave ubíqua nas terras de Trás-os-Montes e Alto Douro e uma das espécies que é afetada pela colheita maquinada da azeitona”, alertam os jovens.

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Azeites Pintarroxo

Crescer aliando inovação à tradição e respeito pela natureza

O respeito pela natureza e a utilização dos materiais nacionais são duas ideias que o jovem casal diz ter bem presente no desenvolvimento do projeto, defendendo ser agora, mais que nunca, para cumprir. “Os Azeites Pintarroxo querem crescer a aliar a inovação à tradição, procurando defender as espécies autóctones e os métodos tradicionais, usualmente mais respeitadores da natureza”, realçam.

E por isso garantem que foi dada também muita atenção aos materiais usados para a embalagem e rótulo. “Fomos exigentes desde o primeiro dia, até conseguirmos obter uma imagem distintiva da marca usando, sem exceção, materiais feitos em Portugal”.

Jovem casal criou marca de azeite no confinamento e já vende no mercado holandês
Azeites Pintarroxo

Produto presente em lojas portuguesas e no mercado holandês

“Os nossos primeiros clientes foram amigos e família, que nos ajudaram muito a crescer e a divulgar os Azeites Pintarroxo. A partir daí, conseguimos chegar a algumas lojas em Portugal, e conseguimos inclusivamente alcançar o mercado holandês, a nossa mais recente conquista”, afirma orgulhoso Pedro Castro.

O projeto iniciou-se entre abril e maio de 2020, numa fase conturbada, pelo que o mercado que têm hoje consideram não ser representativo da realidade dos “tempos normais”. Ainda assim, indicam que “já vendemos mais do que tínhamos perspetivado, o que nos deixa muito felizes”.

A comercialização tem sido feita através de uma pesquisa intensa de potencias clientes nacionais, mas também internacionais. “Abordamos diretamente as pessoas e as lojas, damos a provar os Azeites Pintarroxo e deixamos que o produto fale por si. Normalmente fala bem! A distribuição é feita por uma empresa transportadora parceira que acreditou em nós e nos tem ajudado a crescer”, acrescenta.

Criar unidade de produção e armazenamento maior

Para estes jovens, o passo natural, e do qual já sentem necessidade, será a de passar “para uma unidade de produção (lagar) e armazenamento maior, que nos permita maior agilidade e crescimento, evoluindo da escala semi-artesanal em que nos encontramos”. Acrescentam, “tudo isto, sem perder as características tradicionais e únicas que os nossos produtos oferecem”.

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Azeites Pintarroxo

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