Sports Embassy ajuda atletas em fim de carreira a entrar na vida ativa. Pedro Cary, Tiago Rafael e Carlos Teixeira escolheram o imobiliário e contam a experiência.
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Quando os desportistas encontram no imobiliário a adrenalina que tinham no campo dos jogos
Imagem de Comfreak por Pixabay

São desportistas profissionais de alta competição, com um longo percurso marcado pela grande exigência em termos de trabalho, rigor e muita disciplina, habituados aos momentos de glória, mas também preparados para superar os períodos menos bons. Conscientes da aproximação do final da carreira desportiva, o imobiliário surge cada vez mais como uma alternativa para alguns jovens desportistas, que procuram, sempre que possível, conciliar as duas atividades, com os olhos postos na meta: o sucesso.

O idealista/news partilha agora a história de três desportistas portugueses que são disto exemplo, estando a marcar pontos no imobiliário: Pedro Cary, jogador de futsal que alcançou muitos êxitos, sobretudo, na longa carreira no Sporting; Tiago Rafael, jogador de hóquei, que conquistou, ao serviço do Benfica, todos os títulos possíveis; e Carlos Teixeira, jogador de voleibol, que há quatro anos terminou a carreira, tendo ganhado vários títulos, em representação do nosso país, e por duas vezes, esteve a um salto dos Jogos Olímpicos - em 2004, na Grécia, e em 2008, em Pequim.

Em comum, têm todos a ligação à Sports Embassy, uma empresa criada para ajudar atletas em fim de carreira a prepararem a sua entrada na vida ativa.

Pedro Cary: “O principal desafio acaba por ser a capacidade de ganhar mais uma identidade”

“Foram dois, os momentos mais marcantes na minha carreira de futsal”, começa por contar Pedro Cary, um dos 14 jogadores da seleção portuguesa que fizeram história ao sagrarem-se campeões europeus, em fevereiro de 2018, na Eslovénia.

O primeiro, quando ingressou no Clube de Futebol Os Belenenses, onde teve a sua primeira experiência como atleta profissional (em simultâneo com a frequência do 5º ano da licenciatura de Educação Física). O segundo, quando entrou para o Sporting Clube de Portugal, onde fez grande parte da sua carreira, “alcançando os maiores êxitos desportivos nacionais e internacionais”, precisa o atleta natural de Faro.

Caracterizando o seu percurso de atleta profissional, pela “consistência e persistência” e pelas próprias rotinas, adequadas à exigência da alta competição, Pedro Cary admite que a transição de carreira é um “verdadeiro desafio”, apesar de “há muito pensada e planeada”.

Quando os desportistas encontram no imobiliário a adrenalina que tinham no campo dos jogos
Pedro Cary

Desde maio de 2020 que o atleta - que joga na posição de ‘ala’ - iniciou o seu trajeto como agente imobiliário na Century21 Dreamline. O principal desafio, diz, acaba por ser a capacidade de ganhar mais uma identidade. “Irei ser desportista para o resto da vida, no entanto, um dia deixará de ser a minha principal atividade”. Com 36 anos, Pedro Cary renovou, em julho passado, o contrato com o Leões de Porto Salvo.

Mas a entrada no mundo do imobiliário aconteceu há mais tempo. Desde 2012 que este desportista investe no mercado de compra de imóveis e faz a gestão do respetivo património. Assim, com algum conhecimento na área do imobiliário, decidiu que “seria fundamental adquirir novas competências na comercialização”, e, acima de tudo, “ajudar as outras pessoas em todo este processo”. Nas palavras de Cary, “vencer um título no desporto é como vender um imóvel. A venda de um imóvel é consequência de um processo feito com paixão”.

Tiago Rafael: “O principal desafio é ser o melhor profissional, tanto como consultor como atleta”

“Caracterizo o meu percurso, até ao momento, de forma muito positiva", começa por dizer Tiago Rafael, 37 anos, jogador de hóquei, que atualmente partilha o mundo do desporto com a atividade de consultor na RE/MAX, grupo Vantagem.

“Sinto um orgulho enorme e dever cumprido, por todos os clubes que representei. Sempre dignifiquei qualquer um deles da mesma forma e compromisso, e acima de tudo com muito respeito, trabalho, dedicação, profissionalismo e humildade”, acrescenta.

Na fase de formação, a nível de clubes, segundo conta o próprio, “fui várias vezes campeão distrital pelo Hóquei Clube de Turquel” – clube onde regressou esta época. Como sénior conquistou, ao serviço do Sport Lisboa e Benfica, “todos os títulos possíveis que um clube pode ganhar, tanto a nível nacional como internacional”, detalha o atleta.

Quando os desportistas encontram no imobiliário a adrenalina que tinham no campo dos jogos
Tiago Rafael

No entanto, Tiago Rafael alerta que “qualquer atleta passa por momentos bons e menos bons”. Mas são estes, (os menos bons), que “fazem-nos crescer enquanto atleta e pessoa”.

A conciliação/transição para a vida ativa está a correr bem ao hoquista defesa/médio, nascido em Caldas da Rainha, explicando que “o ramo imobiliário é uma área da qual eu gosto muito também, e assim torna-se mais fácil”. O principal desafio, reconhece, "é ser o melhor profissional, tanto como consultor, como atleta, dando o melhor de mim no hóquei e como consultor imobiliário”.

Tiago Rafael está consciente de que esta fase é muito complicada e difícil de digerir. Isto porque, partilha, “começas a ter a verdadeira noção de que o ciclo como atleta profissional na tua vida está a terminar”, desabafando que este é “um momento muito duro para qualquer atleta, o dia em que termina a sua carreira, pela paixão, alegria, satisfação que temos pela modalidade e pelo desporto e por tudo que envolve”.

Realça, porém, que “na modalidade de hóquei em patins, bem como em quase todas, o que recebemos como vencimento durante a carreira de desportista profissional, não é suficiente para viver o resto da vida”.

Carlos Teixeira: “Estou a encontrar no imobiliário a adrenalina que tem o desporto”

“Sinto um orgulho enorme na minha carreira desportiva”, afirma Carlos Teixeira, voleibolista, 44 anos - que terminou em 2017 no clube açoriano Fonte do Bastardo -, sendo atualmente consultor da RE/MAX Convictus d´Ouro.

“O desporto foi uma escola fundamental para mim. Sem essa parte, eu não iria estar preparado para as dificuldades da atualidade”, confessa, dizendo que“fui um privilegiado”. Isto porque, segundo diz, "fui campeão em vários clubes, campeão num país estrangeiro, ganhei títulos pelo meu país, que representei em mais de 300 ocasiões. Joguei campeonatos do Mundo e da Europa e, a Liga dos Campeões. Só nunca fui aos Jogos Olímpicos”.

Quando os desportistas encontram no imobiliário a adrenalina que tinham no campo dos jogos
Carlos Teixeira

Na Seleção Nacional Masculina de Voleibol terminou em segundo lugar e perdeu a qualificação para os Jogos Olímpicos de 2004, na Grécia, e de 2008, em Pequim. Mesmo assim, Carlos Teixeira foi considerado o melhor líbero, no torneio de qualificação olímpica, em 2008. A transição para a vida ativa é algo que "vai decorrendo", considera. “Digo isto porque sinto que estou sempre a competir, mas num universo onde não conheço as regras nem os jogadores”.

Para o desportista de São Mamede de Infesta, Matosinhos, “os grandes desafios são o de tentar encontrar uma atividade que ofereça uma dose de adrenalina parecida com o que eu tinha enquanto atleta profissional. Acredito que estou a encontrar algo parecido no imobiliário”.

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