Fachada da Casa do Alcaide-Mor, um imóvel classificado como Monumento Nacional desde 1924, será reconfigurada.
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Monumento Nacional vai dar lugar a hotel em Estremoz
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A Casa do Alcaide-Mor, em Estremoz, um imóvel classificado como Monumento Nacional desde 1924, foi demolida em abril deste ano. A antiga casa onde habitou D. Sancho de Noronha, no século XV, vai dar lugar a um hotel de charme e a habitações turísticas. Trata-se, no entanto, de um processo polémico. O projeto em causa é assinado pelos arquitetos Siza Vieira e Carlos Castanheira.

Segundo o Público, o edifício foi abandonado nos anos 30 do século passado e chegou aos dias de hoje reduzido à fachada principal, que foi derrubada em abril, sendo que será reconfigurada com os elementos que a constituíam. Com o avançar das obras, fica encerrado um conturbado processo iniciado em 2016, escreve a publicação.

A Casa do Alcaide-Mor foi adquirida em hasta pública por 180 mil euros pelo antigo presidente da Portucel e ex-administrador da EDP Jorge Godinho, que é sócio-gerente da empresa Barrocas Turismo e Lazer. Jorge Godinho, escreve a publicação, também comprou um conjunto de outros edifícios do mesmo quarteirão a particulares, desde a antiga Casa do Alcaide-Mor até à Capela da Rainha Santa Isabel. Imóveis esses que estavam, quase todos, devolutos, sendo que o promotor teve de negociar apenas a saída de um residente que tinha feito obras no edifício que habitava.

Ao jornal, Vítor Cóias, especialista na requalificação e reabilitação de património, que privilegia a utilização de técnicas e materiais tradicionais, critica algumas opções do projeto. “Pode-se demolir um monumento nacional e substituí-lo por uma réplica com estrutura de betão armado?”, questiona, dando depois a resposta: “Pode, como se demonstra com a Casa do Alcaide-Mor da Cidadela de Estremoz".

Também citado pela publicação, José Sádio, que será o próximo presidente da Câmara de Estremoz e é vereador no atual executivo, adiantou que a fachada agora demolida será reposta. “Foi mapeada toda a estrutura, para que possa ser construída igual à que estava”, referiu. Já Vítor Cóias adiantou que “foram guardadas as cantarias para serem incorporadas na nova fachada”.

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