Transformação de percursos que foram linhas de caminho-de-ferro em pistas pedonais e cicláveis, por todo o país.
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Ecopistas em Portugal
Foto de Pixabay@Pexels

Onde antes passava o combóio, hoje anda-se a pé ou de bicicleta. As vias férreas que foram sendo encerradas ao longo do país, nas últimas décadas, têm vindo a ser convertidas em ecopistas, num projeto promovido pela Infra-estruturas de Portugal (IP), em articulação com as autarquias. No total, existem já 14 projetos de transformação de percursos que foram linhas de caminho-de-ferro em pistas pedonais e cicláveis, que somam perto de 340 quilómetros (km).

E, segundo conta o Público, a extensão de ecopistas vai continuar a crescer, com a empreitada de conversão da antiga Linha do Vale do Vouga, que deverá ser concluída em breve e atingir 56 quilómetros, ligando alguns dos 24,4 quilómetros de troços já existentes entre Sernada do Vouga e Viseu.

Por outro lado, Mirandela está a adaptar 13,7 quilómetros da antiga Linha do Tua. E, segundo a IP, há mais vias férreas na calha para se tornarem em ecopistas, sendo que o Alentejo quer abrir a “Grande Rota do Montado”, que abrange Mora, Reguengos, Vila Viçosa e o troço desativado entre Évora e Estremoz.

Também Coimbra tem um ramal ferroviário que quer transformar em ecopista. O ramal da Figueira da Foz ligava Pampilhosa (na Mealhada) à Figueira da Foz, pelo lado Norte do rio Mondego, passando por Cantanhede, mas o serviço foi interrompido em 2009.

A maior ecopista do país está atualmente em Viseu. São 49,6 quilómetros de pavimento colorido (vermelho, verde ou azul, dependendo do concelho) que, décadas mais tarde, ocupou o lugar da Linha do Dão, encerrada em setembro de 1989 e que ligava aquela cidade a Santa Comba Dão.

Ciclovia Ecopista do Dão
Ecopista do Dão idealista/news

Impacto económico das ecopistas questionado

No entanto, António Brancanes dos Reis, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-Ferro (APAC), questiona o verdadeiro impacto económico que as ecopistas têm no território. “As ecopistas por si só não trazem desenvolvimento, mas fariam sentido num plano integrado de potencialização do território”, defende, citado pelo Público. 

António Brancanes dos Reis reconhece que “há algumas ecopistas que até podem fazer sentido porque estão em troços de linhas que já não teriam viabilidade económica aos dias de hoje, mas há algum deste domínio público ferroviário que deveria ficar salvaguardado até ser descartada a sua potencial utilidade”. Um exemplo, na sua opinião, é a antiga linha do Dão, que poderia ter utilidade para voltar a ligar Viseu a Santa Comba Dão, ou a própria linha do Vouga que está desativada entre Sernada e Viseu, que poderia ter sido utilizada para fins turísticos.

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