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Portugal perdeu 310 mil empregos de médias qualificações em 20 anos, entre 1997 e 2017. Um cenário que se deve em grande parte à substituição tecnológica de muitas tarefas. Quer isto dizer que os robôs foram responsáveis pela destruição de milhares de empregos.

Em causa está um estudo do CaixaBank Research, que conclui que as perdas registam-se não só ao nível nacional mas também europeu, em que se perderam 11,5% dos empregos na área das qualificações médias.

Segundo o Diário de Notícias, há 20 anos, profissões como administrativos, trabalhadores qualificados da indústria e construção e operadores de máquinas representavam 38,2% do emprego total, pesando agora 28,8%

Os especialistas consideram que apesar da tecnologia também criar empregos, não o faz à mesma velocidade que os destrói, nem nos mesmos setores, o que resulta num mercado de trabalho desequilibrado.

“As pessoas de qualificações médias estão a ser substituídas pela automatização tecnológica, que pode ser menos ou mais humanoide, como é o caso dos robôs. A verdade é que Portugal tem muitos trabalhadores de qualificações médias que teriam emprego e deixaram de o ter”, disse João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, conhecido também por ter sido o pai do primeiro microcomputador português (o ENER 1000).

Uma opinião que não é partilhada por Pedro Portugal, especialista em Economia do Trabalho e professor da Universidade Nova de Lisboa. “Há tarefas com vantagens para as máquinas e isso cria desajustamentos no mercado de trabalho. No entanto, o processo tecnológico tem criado mais emprego do que destruído. Estou otimista quanto ao papel da tecnologia no emprego”, adiantou, citado pela publicação.

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