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Descoberta arqueológica atrasa obras do novo Hospital CUF Tejo, em Lisboa
Jornal de Negócios

O novo hospital do grupo José de Mello Saúde em Lisboa, o CUF Tejo, vai ser inaugurado mais tarde que o previsto. A unidade hospitalar, que está a ser construída em Alcântara, devia abrir no segundo semestre de 2018, mas como foi descoberta no local uma antiga estrutura portuária, associada a uma antiga doca militar, as obras vão derrapar e o hospital só abrirá no primeiro semestre de 2019. Já a reabilitação do Hospital Miguel Bombarda, que está muito degradado, depende de uma decisão sobre a utilização futura do espaço.

Segundo o Jornal de Negócios, que cita uma fonte oficial da José de Mello Saúde, “o ritmo da obra” do Hospital CUF Tejo teve de ser ajustado aos “necessários procedimentos de preservação deste achado”. “Foi cuidadosamente avaliado, catalogado e recolhido por uma equipa de arqueólogos”, explica.

De acordo com a informação divulgada na página de Facebook da ERA Arqueologia, a empresa que está a trabalhar no local, em causa está uma “estrutura portuária inédita tipo ‘molhe’”. “Surge associada a uma antiga doca militar, também ela descoberta nestas escavações”, refere a empresa. Ao que tudo indica, trata-se de uma estrutura do século XVII que estaria associada ao antigo Forte do Sacramento ou da Alfarrobeira.

A José de Mello Saúde não descarta a hipótese de integrar esta estrutura no novo projeto do hospital, estando este cenário a ser estudado “por uma equipa técnica em coordenação com a Direcção-geral do Património Cultural  (DGPC)”.

O terreno onde vai nascer o hospital CUF Tejo localiza-se entre a Avenida 24 de Julho, a Avenida da Índia e a Rua de Cascais, numa área de 21.000 m2. A José de Mello Saúde comprou o terreno em hasta pública à Câmara Municipal de Lisboa, em 2015, por 20,3 milhões de euros, escreve a publicação.

Reabilitação do Miguel Bombarda em “stand by”

Entretanto, a requalificação do antigo hospital psiquiátrico Miguel Bombarda, desativado em 2008 e encerrado três anos depois, depende de uma decisão sobre a utilização futura do espaço.

Segundo a Estamo, que comprou o complexo onde funcionava esta unidade à Câmara Municipal de Lisboa em 2009, por cerca de 25 milhões de euros, o mesmo está “bastante degradado”. “O Hospital Miguel Bombarda já foi entregue à Estamo num estado bastante degradado e essa degradação terá tendência a aumentar com o passar do tempo”, disse a empresa pública gestora das participações imobiliárias do Estado à Lusa.

De acordo com a entidade, “a realização de uma intervenção de fundo apenas deverá ser efetuada quando estiverem definidos os parâmetros que permitam estabelecer qual a utilização futura do imóvel, dossiê que está em apreciação com a Câmara Municipal de Lisboa”.

De referir que o hospital Miguel Bombarda, fundado em 1848, foi o primeiro hospital psiquiátrico do país, dimensionado para cerca de 300 pacientes.

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