As obras de construção de um parque de estacionamento subterrâneo do hospital CUF Descobertas, Lisboa, estão a levantar uma onda de suspeitas. Depois da manifestação de moradores da freguesia do Parque das Nações para denunciar um cheiro de gás que dizem sentir desde que começaram os trabalhos, a Quercus pediu agora à direção do hospital para proceder à realização de análises à qualidade do ar.
Em causa está o facto de as obras decorrerem em terrenos onde existiu a antiga refinaria de Cabo Ruivo, havendo a suspeita de que os solos estejam contaminados.
Em comunicado citado pela Lusa, a associação ambientalista Quercus informou que já pediu à direção do hospital que realizasse "análises de avaliação à qualidade do ar exterior à obra" para "avaliar a situação e minimizar os impactos nos utentes desta unidade hospitalar e nos moradores nas zonas envolventes".
"O desconhecimento sobre a existência de contaminação aquando da aquisição do terreno teria sido evitado caso a nova lei prevista para regular os solos contaminados (ProSolos), atualmente em fase de 'reflexão interministerial', já tivesse sido publicada", sublinhou a nota da Quercus.
"A má classificação de resíduos é uma prática que tem promovido o encaminhamento de solos contaminados como terras de escavação, ou até mesmo a camuflagem de misturas de resíduos não triados como resíduos inertes, para projetos de recuperação paisagística", alertou.
Na segunda-feira, recorda a agência de notícias, o vereador do PSD na Câmara Municipal de Lisboa António Prôa considerou necessário que o executivo faça um esclarecimento sobre a contaminação de solos numa obra no Parque das Nações e que tome medidas para "tranquilizar a população".
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