No coração de Lisboa há uma freguesia onde 92 nacionalidades convivem de forma pacífica. Falamos de Arroios, a freguesia mais multicultural da cidade, e a escolhida para receber a Casa da Diversidade. O espaço, que vai acolher os futuros Centro Municipal LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo) e Centro Municipal para a Interculturalidade, promete ser um polo de apoio às comunidades e minorias no combate à discriminação e violência. E a morada já foi escolhida: a Casa da Diversidade será instalada no célebre Mercado do Forno do Tijolo, inaugurado nos anos 50.
O primeiro passo para a concretização do projeto já foi dado. A freguesia de Arroios terá um parceiro de peso para a execução do projeto: a Câmara Municipal de Lisboa (CML). As duas entidades assinaram, em março, o acordo de cooperação que formaliza a criação do espaço, que deverá ficar pronto em 2020/2021.
Na cerimónia de assinatura do protocolo, Margarida Martins enfatizou as “iniquidades nos acessos aos cuidados de saúde; nas oportunidades de empregabilidade e nos percursos educativos” que ainda “são patentes junto das comunidades imigrantes", sublinhando a urgência serem criadas as “condições para uma sociedade informada, participativa, responsável e inclusiva".
O que será a Casa da Diversidade?
A Casa da Diversidade - vai ficar no segundo andar do mercado - será partilhada por dois centros municipais. Um deles será destinado às comunidades LGBTI, “em que funcionará uma rede de partilha de informação e respostas de apoio em várias áreas, atendimento para vítimas de discriminação, com base na orientação sexual e/ou identidade de género”, segundo o comunicado da CML, e o segundo pretende ser um local de encontro e cooperação entre as diversas organizações que intervêm na área da interculturalidade, “assim como na resposta social a migrantes e refugiados”.
Além dos dois centros e dos gabinetes de atendimento especializados, a Casa da Diversidade também deverá incluir uma área aberta ao público destinada a várias iniciativas e espetáculos. A instalação de um cowork também está em cima da mesa, mas ainda não há certezas sobre este projeto.
Mercado do Forno do Tijolo vai ser o berço da diversidade
Que mercado é este? Um mercado dinâmico, entretanto requalificado, que atualmente alberga lojas com comércio tradicional, uma loja dos CTT – Correios de Portugal, a sala de leitura Clodomiro Alvarenga, o Complexo Desportivo Joaquim Campos, que integra a piscina de Arroios, um polidesportivo e um parque infantil, de acordo com a junta de freguesia. Há ainda espaço para o Mercado de Culturas – um espaço multiusos que recebe projetos de cariz cultural.
Explica ainda a freguesia que este mercado “deve o nome à existência de uma oficina de fornos de telha e tijolos que ali existia, ao cimo da Rua Maria da Fonte, antes do início da sua construção a 4 de janeiro de 1954”. Trata-se de um projeto da autoria do arquiteto Eduardo A. H. dos Reis que foi inaugurado a 1 de janeiro de 1956. Agora será também o berço para a inclusão e para a diversidade.
A CML reconhece que este é um espaço há muito “desejado pelas associações" e "um modelo existente em vários países e que poderá vir a ser fundamental para as comunidades, para a freguesia e para a cidade de Lisboa”.
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