Museu do Tesouro Real abre portas em Lisboa:há 1.000 joias a descobrir

O Museu do Tesouro Real vai ser inaugurado esta quarta-feira dia 1 de junho, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, marcando a conclusão de uma obra com 226 anos, que irá receber mil joias da coroa portuguesa. Trata-se de uma das mais importantes coleções mundiais de joias, representativa do que de melhor se fez a nível de artes decorativas portuguesas e europeias do século XVI ao século XX.

Seis anos depois o início da preparação daquele que hoje se apresenta como um museu único no mundo, o Museu do Tesouro Real nasce no Palácio Nacional da Ajuda como “um dos edifícios mais seguros do mundo”, nas palavras do arquiteto que o projetou, o atual diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos.

Isto porque segundo a apresentação do projeto realizada em junho de 2021, o novo museu nacional funcionará dentro de uma caixa-forte com alta segurança, que está instalada dentro do novo edifício entretanto construído na ala poente do Palácio da Ajuda. Este edifício possui uma estrutura em vidro com lâminas verticais, que deixa entrar a luz no interior, e acolhe, no terceiro e no quarto pisos, uma caixa-forte com 40 metros de cumprimento, dez de largura e dez de altura que irá receber, em 72 vitrinas repartidas por 11 núcleos, que é onde vai ser instalado o museu.

A conclusão deste edifício marca também o desfecho da construção do Palácio da Ajuda que começou há 226 anos, em concreto, em novembro de 1795 pelo príncipe regente D. João, que não conseguiu terminá-lo “devido a várias vicissitudes na história trágica da construção do palácio”, tal como conta João Carlos dos Santos. Em 2016 o projeto foi relançado na sequência da criação de uma parceria entre o Ministério da Cultura, através da DGPC, a Câmara Municipal de Lisboa e a ATL. E custou cerca de 31 milhões de euros.

Museu do Tesouro Real DCPC/ATL/CML

O que é possível visitar no novo museu da coroa real?

A partir desta quarta-feira passará então a ser possível visitar os 11 núcleos da exposição deste novo museu em Lisboa, que integra peças como ouro e diamantes do Brasil, moedas e medalhas reais, joias de antigas coleções da família real, objetos de prata lavrada, que inclui salvas e pratas quinhentistas, antigas coleções particulares do rei Fernando II, ou alfaias litúrgicas e paramentos usados nos cerimoniais religiosos.

Entre as peças expostas, as tidas como mais valiosas são a insígnia rica ou o tosão de ouro grande do rei João VI, que tem uma vitrina só dedicada a ela, a laça das esmeraldas que pertenceu à rainha de Espanha Maria Bárbara de Bragança, a Ordem da Grande Cruz e a placa de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, feita para aclamação de João VI em 1818 no Rio de Janeiro.

Raras e valiosas joias, insígnias e condecorações, moedas e peças de ourivesaria civil e religiosa, como é exemplo a coroa, aquela que se pensa ser a segunda maior pepita de ouro do mundo ou a caixa de tabaco encomendada pelo rei José ao ourives do Rei de França, no século XVIII, e que a amante de Luís XV não queria deixar sair de Paris, são outras das peças mais importantes que compõem o acervo museológico.

Museu do Tesouro Real DCPC/ATL/CML

*Com Lusa