Primeiro centro comercial de Portugal abre portas este sábado como Academia das Artes, após reabilitação de 8 milhões.
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Reabilitação de edifícios
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O edifício Cruzeiro, no Estoril, ganhou uma nova vida, depois de ter passado vários anos abandonado. Este sábado, dia 28 de janeiro, o edifício volta a abrir portas enquanto Academia de Artes do Estoril. E vai disponibilizar aulas de dança, teatro e música.

Mais de sete décadas depois da inauguração daquele que foi "o primeiro centro comercial do país", o antigo edifício Cruzeiro foi requalificado e transformado num “polo cultural dedicado às artes performativas como o teatro, cinema, música e dança”, indicou a câmara presidida por Carlos Carreiras (PSD) em comunicado.

Este projeto é, segundo o presidente da Câmara de Cascais, uma aposta “forte, no desenvolvimento cultural do concelho”, cita o Público. E integra o projeto da Vila das Artes, um polo de artes performativas em Cascais.

A histórica fachada desenhada pelo arquiteto Filipe Nobre de Figueiredo em 1947 foi mantida. Mas o interior do icónico edifício foi totalmente remodelado, contando agora com 18 salas de aula, uma sala de espetáculos com capacidade para 312 pessoas, um palco com 150 m2, três camarins e uma sala de projeção.

Aqui vão funcionar três escolas ligadas às artes:

  • a Escola Profissional de Teatro de Cascais, que vai ter 10 salas;
  • o Conservatório de Música e Dança de Cascais, que vai ocupar oito salas;
  • a Companhia de Dança Paulo Ribeiro.

Além destas três escolas, a Academia de Artes do Estoril “será também a casa da Orquestra de Câmara de Cascais”, dizem no documento.

“O Cruzeiro terá também uma forte ligação ao Teatro Experimental de Cascais (TEC), que vai poder usufruir de espaços tecnicamente adequados e modernos, uma reivindicação mais que merecida para a Companhia de Teatro em atividade mais antiga da Europa”, indicou a Câmara de Cascais.

Outra das novidades é a biblioteca, “já que é totalmente dedicada às artes performativas, a partir da coleção doada por José de Matos Cruz, especializada em cinema”. A biblioteca ficará instalada na torre que é uma das imagens de marca do edifício, além da sua arcada.

A ideia do autarca de Cascais é que as aulas arranquem em pleno no próximo ano letivo. “A 28 de janeiro entregamos o espaço a quem o vai ocupar, a escola de teatro vai trazer as coisas por fases, a orquestra virá também por fases, a companhia de dança ainda vai demorar mais, a grande ideia é que em setembro arranque tudo”, explicou Carlos Carreiras, citado pelo Expresso.

Academia das Artes Cascais
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Esta é a história do edifício Cruzeiro

O edifício Cruzeiro foi desenhado pelo arquiteto Filipe Nobre de Figueiredo, tornou-se em 1951 o primeiro centro comercial em Portugal. Ao longo do tempo foi visitado por muitos, incluindo monarcas europeus e “gente endinheirada” que ficou pelo país no período pós II Guerra Mundial.

O espaço chegou a ter 40 estabelecimentos comerciais, um rinque de patinagem, um cinema, 'dancings', um salão de fado e outro de jogos. Mas foi-se degradando e chegou “a um estado de autêntica inutilização”, explicam desde a autarquia.

O edifício Cruzeiro esteve mesmo em risco de ser demolido, mas foi adquirido pela Câmara Municipal de Cascais ao Fundo de Pensões do BPI em novembro de 2016, por cerca de 100 mil euros, uma transação negociada em simultâneo com a recompra do mercado do Monte Estoril pela autarquia. Ficou entõ acordado com o banco que o edifício, ou seria recuperado e transformado num equipamento cultural, ou seria demolido e daria lugar a um jardim.

Recuperação de edifícios
Antes da recuperação do edifício Cruzeiro Google Maps

Embora tenha havido vários entraves à sua recuperação, o edifício Cruzeiro acabou por ser renovado, dando lugar à Academia das Artes do Estoril. A obra terá custado 8 milhões de euros, o dobro do inicialmente previsto (4 milhões).

Este sábado acontece a inauguração da Academia de Artes do Estoril, que deverá contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e da secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro. Estão ainda previstas atuações de estudantes do Conservatório de Música e Dança, Escola Profissional de Teatro de Cascais, Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, Fado, Jazz e Samba nos vários espaços da nova Academia.

*Com Lusa

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