
O setor da construção e das obras públicas está mais confiante em março, apesar do atual contexto de alta inflação, subida dos juros e instabilidade financeira. E foi precisamente a apreciação sobre a carteira de encomendas e as perspetivas de emprego que mais contribuíram para o aumento da confiança no setor. Mas nem tudo corre bem, já que a subida das taxas de juro tem vindo a ser cada vez mais apontada como um fator limitador da atividade da construção em Portugal.
O clima económico melhorou em Portugal entre janeiro e março e foi a evolução positiva da confiança no setor da construção e das obras públicas um dos fatores que mais contribuiu para este resultado, aponta o Instituto Nacional de Estatística (INE) no boletim publicado esta quinta-feira, dia 30 de março, que espelha os resultados ao inquérito à construção e obras públicas.
“O indicador de confiança da construção e obras públicas aumentou em março, após ter diminuído em fevereiro”, uma evolução que refletiu o “contributo positivo” de duas componentes:
- apreciações sobre a carteira de encomendas;
- as perspetivas de emprego (embora de forma ligeira).
Além disso, há mais confiança na divisão de promoção imobiliária e construção de edifícios. Já nas divisões de engenharia civil e de atividades especializadas de construção os níveis de confiança caíram, lê-se no documento. O saldo das perspetivas de preços praticados pelas empresas nos próximos três meses também diminuiu em fevereiro e março.

Subida das taxas de juro é cada vez mais apontada como fator limitador à construção
Embora os níveis de confiança tenham subido na construção, o setor enfrenta uma série de desafios no atual contexto macroeconómico. Entre os principais obstáculos à construção está, por exemplo, a:
- dificuldade em contratar pessoal;
- falta de materiais e/ou equipamentos;
- taxas de juro;
- dificuldade em obter crédito bancário;
- insuficiência da procura;
- deterioração das perspetivas de vendas;
- dificuldade em obter licenças;
- condições climatéricas.
O INE destaca que há um fator, em particular, que está a preocupar em especial o setor. “Nos principais fatores limitativos à atividade indicados pelas empresas, a evolução das taxas de juro tem vindo a ganhar relevo nos últimos meses, tendo a percentagem de empresas que referiu este fator atingido o máximo desde agosto de 2014”, explicam.
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