
As empresas têm vindo a reduzir a procura por crédito, não só devido aos elevados juros, mas também por sentirem uma menor necessidade de financiamento. Mas se até agora os critérios de concessão de crédito para empresas não tiveram alterações, no futuro poderá ser diferente, já que o Banco de Portugal (BdP) alerta que os critérios de concessão de crédito para empresas da construção e imobiliário deverão ser mais restritivos, pelo menos, até junho de 2024.
O mais recente Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal (BdP), revela que, no terceiro trimestre de 2023, houve uma “ligeira diminuição da procura” de empréstimos por parte das pequenas e médias empresas (PME) e das grandes empresas, sobretudo por empréstimos de longo prazo. E a expectativa é que a procura de crédito por parte das empresas se mantenha sem alterações.
Como principais causas para esta redução da procura, o banco central aponta “o nível geral das taxas de juro e a redução das necessidades de financiamento do investimento. No caso das PME, o recurso à geração interna de fundos como fonte de financiamento alternativa contribuiu ligeiramente para essa evolução, que foi compensada pelo aumento das necessidades de refinanciamento e renegociação da dívida”, detalha no relatório publicado esta terça-feira, dia 23 de janeiro.
No que diz respeito à oferta de crédito, o banco central português refere que os critérios de concessão se mantiveram “sem alterações” no crédito a empresas entre outubro e dezembro de 2023. Quanto aos termos e condições do financiamento, apontou uma “ligeira diminuição” do spread nos empréstimos de risco médio concedidos a PME devido à concorrência entre a banca. Por outro lado, o BdP dá conta que houve um “ligeiro aumento” na proporção de empréstimos rejeitados a PME.
Se até agora os critérios de concessão de crédito não tiveram alterações para a generalidade dos setores económicos, no futuro poderá ser diferente, sobretudo para a construção e o imobiliário. As perspetivas do BdP para os próximos seis meses indicam que “os critérios de concessão de crédito ligeiramente mais restritivos para empresas do setor da construção de edifícios e atividades imobiliárias, em particular associadas ao ramo comercial”.
Além disso, prevê uma “ligeira diminuição da procura de empréstimos por empresas das indústrias transformadoras, designadamente indústrias intensivas em energia, e do setor da construção de edifícios e atividades imobiliárias, tanto comercial como residencial”.
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