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O sistema bancário português pouco tem, hoje em dia de português. Perto de metade dos bancos que operam no mercado nacional é controlada por estrangeiros ou têm uma estrutura acionista em que se destaca o capital de fora. Destaca-se a predominância de Espanha, um investidor mais tradicional no mercado financeiro em Portugal, mas também de Angola, com investidores fortes que chegaram nos últimos dez anos. 

Este fenómeno acontece nos quatro grandes - Millennium BCP, Santander Totta e BPI - , mas também nos mais pequenos. O BIC, BBVA, Barclays (este último comprado, em abril deste ano, pelo espanhol Bankinter) ou Haitong (ex-BES Investimento) representavam, no final do primeiro semestre, cerca de 47% do total de ativos do sistema bancário. 

As contas foram feitas pela Lusa a partir dos últimos balanços consolidados disponíveis no site da APB, segundo os quais em junho de 2016 o ativo total do sistema bancário português (aplicações noutras instituições de crédito, instrumentos financeiros, como ações e obrigações, mas sobretudo crédito a clientes) ascendia a 371 mil milhões de euros. 

A ofensiva chinesa

No capital estrangeiro na banca portuguesa, tal como indica a agência de notícias, é evidente a predominância de Espanha, um investidor mais tradicional no mercado financeiro em Portugal, mas também de Angola, com investidores fortes que chegaram nos últimos dez anos.

Mais recentemente verifica-se a ofensiva dos investidores chineses na banca, que segundo vários analistas aproveitam Portugal e os preços ‘a desconto’ atualmente existentes como uma oportunidade para entrarem na Europa. Esta aposta materializou-se em força em novembro com a entrada do grupo chinês Fosun no BCP e logo como principal acionista, superando a petrolífera angolana Sonangol. Até aí, o investimento chinês na banca limitava-se ao BES Investimento, que foi comprado em 2015 pelo grupo Haitong, de Hong Kong.

O que é nacional é bom?

Entre os principais bancos a operar em Portugal, mantêm-se atualmente 100% portugueses a Caixa Geral de Depósitos, que é pública, e ainda os mais pequenos Montepio e Crédito Agrícola.

Também o Novo Banco, o banco de transição que ficou com ativos e passivos do Banco Espírito Santo (BES), é para já totalmente detido por capital português (do Fundo de Resolução Bancário), uma situação que deverá ser provisória. Isto porque o Novo Banco está em processo de venda e a imprensa tem adiantado que o fundo chinês Minsheng apresentou a melhor proposta financeira, acima das propostas dos fundos norte-americanos Apollo e Lone Star. 

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