Presidente do Grupo SIL reage à tentativa de arresto do BNP Paribas Real Estate aos terrenos de Alcântara propriedade da ALRIO.
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O megaprojeto residencial e de escritórios previsto para Alcântara, em Lisboa, que tem como parceiros o BNP Paribas Real Estate (BNPRE) e o Grupo SIL, está a gerar muita polémica. Em causa estão providências cautelares de arresto interpostas pelo BNPRE aos terrenos que são propriedade da ALRIO, empresa dentro do Grupo SIL para o projeto de Alcântara. “Não devo um euro à BNPRE nem ao BNP”, garantiu Pedro Silveira, presidente do Grupo SIL.

“Este pseudo-crédito incumprido é falso. Não devo um euro à BNPRE nem ao BNP”, referiu o empresário, em declarações ao Jornal Económico. “Estão a tentar fazer com que eu passe por pessoa pouco séria no mercado”, referiu ao meio que avançou com a notícia.

A tese do BNPRE “é que se um dia, se vier em tribunal decidir que têm razão, nesse dia, no futuro, lhes passemos a dever esse dinheiro, que querem então garantir já hoje que serão compensados”, esclarece o promotor. “Foi por isso que fizeram o pedido de arresto agora a todos os terrenos de Alcântara, alegando que se ganharem no tribunal têm direito a essa indemnização e que a empresa poderá não ter dinheiro para lhes pagar no futuro”, esclareceu Pedro Silveira, mostrando-se indignado com a iniciativa do BNP Paribas.

“Nós soubemos disto através de um investidor que ia entrar no capital da ALRIO e que a fazer a sua ‘due-dilligence’ se deparou com a situação. Porque não fomos notificados ainda pelo tribunal, nem podemos intervir neste momento no processo de pedido de arresto. Temos de esperar. Só depois da decisão se é concedido o arresto ou não é que podemos intervir”, disse Pedro Silveira, citado pela publicação.

Terrenos avaliados em 105 milhões de euros

Segundo o empresário, os terrenos em causa estão avaliados em 105 milhões de euros e a dívida bancária é de 39,4 milhões. “[Pelo que] temos mais de 65 milhões de euros de ativos líquidos sem fazer nada (se construirmos e vendermos os lucros expectáveis são superiores ainda a este valor)”, referiu, adiantando que “o BNPRE reclama 12.475 euros entre custos e lucros cessantes”. “E nem percebemos mesmo se tivesse razão (que não tem) como podem somar os dois”, frisou.

Pedro Silveira argumenta que “este pedido de arresto não tem nada a ver nem com ‘créditos que estão em incumprimento’, nem falta de capacidade para os pagar caso assim fosse necessário um dia”, e sublinhou que não tem qualquer “parceria com a BNPRE ou com o BNP porque eles assim escolheram”. “Existiu um contrato de promessa de venda e de parceria, mas esse contrato expirou a 31 de dezembro de 2018 e o segundo a 30 de junho 2019, porque não estando o empreendimento viabilizado o BNPRE teve de escolher ou continuar a ele ligado ou desistir”, referiu.

De acordo com o presidente do Grupo SIL, dono da ALRIO, nem a BNPRE nem a BNP Paribas lhe emprestaram dinheiro: “Nunca nos pagou um euro por o quer que fosse a titulo do quer que fosse, e certamente não lhes devo nada. Zero. É uma mentira. Tudo relacionado ao projeto foi 100% por nós pago (projetos, consultores, taxas e compensações, garantias, etc.). Eles tiverem os seus custos enquanto empresa, como todas as empresas que existem tem. Pelos vistos é isso que querem recuperar mais potenciais lucros cessantes”, afirmou. 

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