Dave Garland, Managing Partner do REACH, o maior acelerador mundial do imobiliário, em entrevista ao idealista/news, fala sobre as vantagens de participar no programa.
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Mediação imobiliária: “Esperamos que haja empresas portuguesas a concorrer” ao REACH
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O maior acelerador mundial do setor imobiliário, o Programa REACH, chegou a Portugal e à Europa no ano passado, tendo sido dado a conhecer durante a terceira edição do IMOCIONATE iTEC. Destina-se a 'proptechs' europeias que trabalhem para o setor imobiliário, sendo, por isso, uma boa janela de oportunidade para as empresas ligadas ao “universo” da mediação imobiliária. Em entrevista ao idealista/news, Dave Garland, managing partner do REACH, fala sobre as vantagens de participar no programa, que desde 2013 ajudou 62 empresas, tendo recentemente alargado o seu âmbito de ação à Austrália e ao Reino Unido.

Mediação imobiliária: “Esperamos que haja empresas portuguesas a concorrer” ao REACH
Dave Garland, managing partner do REACH REACH

“Com a abertura do REACH no Reino Unido, cujas candidaturas vão estar abertas até 30 de setembro de 2020, esperamos que haja empresas portuguesas a concorrer e que seja uma oportunidade para se catapultarem para o sucesso”, diz o responsável, acrescentando que “integrar o mundo REACH é fazer parte de um ecossistema internacional de empresas, com ligações às maiores empresas do setor imobiliário do mundo”.

A chegada a Portugal e à Europa do REACH, o maior acelerador mundial do setor imobiliário, foi anunciada em 2019, durante o IMOCIONATE iTEC. Que balanço é possível fazer desde então e que impacto teve ou está a ter a pandemia na execução/desenvolvimento do programa REACH a nível nacional, europeu e mundial?

Sendo um acelerador de empresas tecnológicas com serviços orientados para o setor imobiliário associado à NAR, a maior associação profissional internacional do setor, a ambição do REACH foi desde cedo chegar a empresas de todo o mundo. E até certo ponto já acontecia na edição americana, que integrou empresas de outras nacionalidades no programa. Mas há também a necessidade de desenvolver esforços noutros pontos do globo, para facilitar a proximidade com mercados mais específicos, que requerem também um ‘know-how’ diferente. 

"Criaram-se no IMOCIONATE iTEC pontes para que as empresas tecnológicas portuguesas com serviços úteis ao setor imobiliário pudessem perceber o potencial internacional que os seus serviços podem ter, e a mediação imobiliária portuguesa percebesse também que tipo de serviços pode ir buscar ao mercado internacional para melhorar o seu desempenho e diferenciar-se"
 

O REACH começou por isso por se expandir para a Austrália, e na altura em que a UCI estava a organizar a edição de 2019 do IMOCIONATE iTEC já era notório o interesse em criar uma maior proximidade ao mercado europeu, razão pela qual a minha participação no evento – e a do Tyler Thompson, também Managing Partner do REACH – foi tão importante. Criaram-se no IMOCIONATE iTEC pontes para que as empresas tecnológicas portuguesas com serviços úteis ao setor imobiliário pudessem perceber o potencial internacional que os seus serviços podem ter, e a mediação imobiliária portuguesa percebesse também que tipo de serviços pode ir buscar ao mercado internacional para melhorar o seu desempenho e diferenciar-se. Foi, sem dúvida, um bom prelúdio para a edição inglesa do REACH anunciada recentemente, que, por uma questão de proximidade, potencia mais a participação de empresas europeias.

A pandemia não teve qualquer impacto no que estava planeado para o programa REACH porque, felizmente, o sistema de ‘mentoring’ disponibilizado pelo programa adapta-se na perfeição a um modelo à distância.

O REACH é um programa destinado a proptechs internacionais que trabalhem para o setor imobiliário, dando-lhes acesso a mentores e aconselhamento com os melhores especialistas mundiais do setor para que consigam crescer, expandir a sua rede de contactos e superar os objetivos que definiram para os seus negócios. Que adesão está a ter o programa em Portugal? 

É uma realidade muito nova para as empresas portuguesas, que provavelmente ouviram falar do REACH pela primeira vez no IMOCIONATE iTEC. A nossa expetativa é que tenham percebido o potencial de um programa de mentoring como este, que pode permitir que um negócio tecnológico em vez de estar apenas focado no mercado português, que como sabemos é pequeno, possa ter uma ambição internacional e chegar a mercados em que a mediação imobiliária explora mais as potencialidades da tecnologia. 

Agora com a abertura do REACH no Reino Unido, cujas candidaturas vão estar abertas até 30 de setembro, esperamos que haja empresas portuguesas a concorrer e que seja uma oportunidade para se catapultarem para o sucesso.

Quais são as reais vantagens (para uma empresa) de integrar o programa? O que as distinguirá das restantes e/ou da concorrência? 

O REACH está pensado como uma incubadora de empresas tecnológicas que prestam serviços ao setor imobiliário, aberta a empresas localizadas em todo o mundo. Portanto, qualquer empresa que se enquadre neste âmbito pode concorrer ao REACH e será depois avaliada mediante o potencial do serviço prestado e de crescimento.

Participar no REACH pode ser vantajoso de diferentes formas, uma das quais é ter à disposição alguns dos melhores mentores de negócios internacionais que vão ajudar a aperfeiçoar a forma de funcionar de cada empresa e as potencialidades do serviço que tem para oferecer. É um curso prático de negócios, o que é uma oportunidade única, porque sabemos que muitas vezes as empresas não têm oportunidade de aprender quando estão no mercado ou só o conseguem fazer arriscando e pagando o preço pelos erros, que muitas vezes é demasiado alto. Aqui há uma rede de proteção que permite esse crescimento.

"Integrar o mundo REACH é fazer parte de um ecossistema internacional de empresas, com ligações às maiores empresas do setor imobiliário do mundo"
 

Por outro lado, integrar o mundo REACH é fazer parte de um ecossistema internacional de empresas, com ligações às maiores empresas do setor imobiliário do mundo, pelo que as oportunidades de ‘networking’ são incríveis e podem ser determinantes para o futuro da empresa.

Em setembro de 2019, o programa REACH já tinha impulsionado o desenvolvimento de 48 empresas, isto desde 2013. Agora, um ano depois, já ajudou 62 empresas, tendo recentemente alargado o seu âmbito de ação à Austrália e ao Reino Unido. É uma evolução em linha com os dados esperados? 

Sim. O objetivo do programa é estar focado num número pequeno de empresas, com o máximo de potencial. Só assim é possível que o ‘mentoring’ seja o mais específico possível, conhecendo a fundo a realidade da empresa. As empresas escolhidas para integrar o programa são a nata do mercado, as que têm produtos tecnológicos mais relevantes e o maior potencial de crescimento, por isso mesmo queremos manter as turmas do REACH pequenas, para que só as melhores das melhores empresas ostentem o selo de qualidade REACH.

"As empresas escolhidas para integrar o programa são a nata do mercado, as que têm produtos tecnológicos mais relevantes e o maior potencial de crescimento"
 

Já houve alguma empresa portuguesa a receber este apoio? Se sim, podemos saber qual? Se não, é expectável que haja uma em breve?

As candidaturas à edição inglesa do REACH vão estar abertas até ao final de setembro, pelo que esperamos que até lá surjam candidaturas de startups portuguesas com tecnologias que possam impactar a indústria imobiliária internacional. 

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