Número de empresas criadas nos subsetores de compra e venda e arrendamento, até setembro, supera os valores de antes da Covid-19.
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Imobiliário lidera criação de empresas em plena pandemia
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O imobiliário tem dado provas de resiliência e dinamismo ao longo da pandemia e essa força é agora evidente nas empresas que estão a ser surgir em Portugal, relacionadas com este mercado. O subsetor das atividades imobiliárias de compra de venda foi, aliás, o que mais se destacou nos primeiros nove meses deste ano, com a criação de 2.169 empresas, o que representa um crescimento de 147% face ao mesmo período em 2019 - antes da chegada da Covid-19. E também na área do arrendamento estão a nascer mais empresas (271 até setembro passado), tendo este subsetor das atividades imobiliárias engordado 11%, segundo mostram dados do mais recente Barómetro da Informa D&B.

Em termos gerais, até ao final do terceiro trimestre, surgiram em Portugal 30.823 novas empresas, um valor 9,1% superior ao que se registou no mesmo período de 2020, mas ainda abaixo de 2019 (-18,9%%), segundo o mesmo relatório.

Imobiliário lidera criação de empresas em plena pandemia
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"A forma muito desigual como a pandemia e as medidas desenvolvidas para a combater afetaram os diversos setores da economia está a ter reflexos no empreendedorismo, quer ao nível das suas fragilidades, quer ao nível de novas oportunidades de negócio", analisa a Informa D&B, em comunicado.

Em termos agregados, já há setores com registos acima ou muito próximos dos pré-pandémicos (2019), como as Atividades imobiliárias (+2,5%), Agricultura e outros recursos naturais (+1,1%) ou as Tecnologias de informação e comunicação (-0,4%). Por outro lado, os setores dos Transportes (-59%), Alojamento e restauração (-31%) e Serviços gerais (-30%) são os setores que mostram ainda uma maior distância face aos valores de 2019.

"Alguns subsetores específicos tornam muito clara a sensibilidade das diversas atividades à pandemia e ao modo como ela está a condicionar o empreendedorismo", salienta a empresa na mesma nota de imprensa.

Empreendedorismo em alta no imobiliário em período de crise

Nos subsetores da ‘compra e venda’ das Atividades imobiliárias, ‘Retalho generalista’ (sobretudo supermercados) e ‘Retalho outros’ (onde se destaca o comércio online) as empresas criadas em 2021 já ultrapassam em mais de uma centena as que foram constituídas em 2019. Nos Transportes, apesar de ser o setor com um maior recuo nas novas empresas face a 2019, fruto da grande queda do transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros, o subsetor da distribuição (com grande contribuição das entregas postais e de courier) está em alta, com a criação de 190 novas empresas em 2021, mais 30 do que em 2019.

Imobiliário lidera criação de empresas em plena pandemia
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Pelo lado negativo, alguns subsetores mostram uma dinâmica ainda muito aquém de 2019. O subsetor dos Transportes Terrestres é o que mais contribui para a descida na constituição de novas empresas, com menos 1942 novas empresas do que em 2019.

No setor dos Serviços gerais, os subsetores da Saúde, desporto e bem-estar, Educação e cultura e o dos Serviços turísticos registam em 2021, menos 853, 384 e 349, respetivamente, o que significa menos 1 586 empresas face a 2019.

No Alojamento e restauração, os subsetores da Restauração e do Alojamento de curta duração contribuíram em conjunto para uma redução de mais de 800 novas empresas.

Medidas de apoio têm protegido empresas 

"Os encerramentos e as insolvências mantêm-se com pouca atividade, registando valores inferiores a 2019, sobretudo devido às medidas de apoio que o Estado português colocou à disposição das empresas", aponta a Informa D&B.

Imobiliário lidera criação de empresas em plena pandemia
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Segundo o barómetro em análise, encerraram até 30 de setembro deste ano 8.663 empresas, menos 5,3% que no período homólogo. No mesmo período, registou-se uma descida de 14,4% nas novas insolvências (menos 255 processos).

O Barómetro Informa D&B considera os processos de insolvência de pessoas coletivas , de entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. E não analisa os processos de insolvência de empresários em nome individual, de profissionais liberais, ou de particulares.

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