O Ministerio das Finanças, no Terreiro do Paço em Lisboa, tem espaço a mais, que está desaproveitado. Para mudar este cenário, o ministro Mário Centeno quer transferir para ali outros serviços do Estado, que estejam a pagar renda noutros locais, racionalizando assim a ocupação da sede e reduzindo alguma despesa em arrendamento a outras entidades do Estado.
Para cumprir este objetivo, o governante determinou por despacho a criação de “uma comissão para avaliar os rácios de ocupação dos vários organismos no edifício sede do Ministério das Finanças, por forma a avaliar a possibilidade de alojamento de entidades públicas instaladas em edifícios arrendados pelo Estado”.
Este grupo de trabalho, e tal como conta o Dinheiro Vivo, tem até final de fevereiro de 2017 para apresentar um relatório que faça o ponto da situação e apresentar “medidas concretas que promovam a utilização mais racional de todos os espaços do edifício-sede do Ministério das Finanças que, no seu âmbito, não excluam a possibilidade de alojamento de entidades públicas instaladas em edifícios arrendados pelo Estado”.
O que diz o despacho de Centeno
A iniciativa, inserida no quadro da preparação do Orçamento de Estado para 2017, faz parte de um conjunto de medidas identifiadas pela secretaria-geral do Ministério das Finanças "entre as quais se destaca, pelo seu caráter prioritário, a iniciativa denominada Obrigatoriedade de revisão do plano de ocupação”, pode ler-se no diploma publicado no dia 7 de dezembro em Diário da República.
O Ministério das Finanças acredita que “existe margem para a promoção de uma utilização mais racional de todos os espaços do edifício e, desde logo, os de maior dimensão, como é o caso da Direção -Geral do Orçamento (DGO), da Autoridade Tributária (AT) e da Direção -Geral do Tesouro e Finanças (DGTF)”.
Rendas rendem milhões às Finanças
Os vários serviços das Finanças somam, segundo o censo mais recente da Direção-Geral do Tesouro ao património imobiliário citado pelo jornal, 1370 edifícios e 249 terrenos registados em seu nome.
Desse património público, acrescenta o diário, 154 imóveis estão cedidos a título gratuito a outros serviços e ministérios, com uma área bruta total de 61.146 m2. O ministério também arrenda os seus imóveis a outras entidades públicas. Nesta situação há 352 edifícios ocupados, perfazendo uma área bruta de 135 mil metros quadrados.
A receita total em rendas ascende nesta caso a 11,5 milhões de euros, 24% do total. As Finanças são aqui o senhorio mais importante das administrações públicas. Mas também arrendam a privados. Neste caso, havia 359 imóveis ocupados nessa situação (157 mil metros quadrados de área bruta), o que proporciona à tutela de Centeno um ganho de quase 17,8 milhões de euros em rendas anuais.
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