
A contenção continua a ser a palavra de ordem no mercado de escritórios português em 2023, uma tendência alinhada com o contexto internacional. Desde janeiro até outubro, foram ocupados 79.300 m2 de escritórios em Lisboa e 45.290 m2 no Porto, refletindo uma queda de 69% na capital e de 8% na cidade Invicta face ao período homólogo. Há, portanto, uma "queda significativa" nos m2 arrendados nos dois principais mercados de escritórios em Portugal, mas esta descida é “menos acentuada” no número de negócios realizados. E os preços e as rendas têm-se mantido estáveis.
“Num quadro de desafios macroeconómicos acrescidos, temos sentido a tendência europeia de retração da atividade no mercado de escritórios quer em Lisboa, quer no Porto”, começa por explicar Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL, citada em comunicado. Mas salienta que o maior impacto está na “perda de volume de absorção, refletindo-se numa significativa queda nos m2 arrendados, mas menos acentuado no número de negócios quando comparado com o ano anterior”.
Por outro lado, as rendas dos escritórios têm-se mantido estáveis “e, em alguns casos, até crescido ligeiramente, com ajustes apenas em segmentos e localizações mais secundárias, o que é um forte sinal da solidez do mercado e de que esta desaceleração é, essencialmente, um fenómeno conjuntural”, explica ainda a responsável.

Arrendamento de escritórios em Lisboa e no Porto arrefece
Os dados acumulados entre janeiro e outubro de 2023 e incluídos no Office Flashpoint da JLL, revelam que houve, sim, uma descida das áreas de escritórios arrendadas tanto em Lisboa, como no Porto em termos homólogos:
- Mercado de escritórios de Lisboa: foram ocupados 79.300 m2 ocupados na capital até outubro ficam 69% abaixo dos 253.900 m² transacionados no período homólogo. “As quebras anuais são acentuadas também quer em número de operações, que totalizam 124 em 2023 (-28%), quer na área média de 639 m2 por negócio (-57%)”, explicam ainda. A Nova Zona de Escritórios e o Parque das Nações foram, ainda assim, os eixos mais ativos neste período;
- Mercado de escritórios do Porto: em termos acumulados, a ocupação até outubro na Invicta soma 45.290 m2, ficando apenas 8% abaixo dos 49.400 m2 registados no período homólogo, ao passo que o número de negócios concluídos (57) manteve-se. Já a área média por operação reduziu em 8%, para os atuais 795 m2. Neste período a zona da Boavista foi a preferida par a instalação de novos escritórios.
No que diz respeito ao arrendamento de escritórios no mês de outubro, verificou-se uma recuperação em termos homólogos nos dois mercados:
- Em Lisboa, foram colocados 7.300 m2 no mercado, mais 21% que no mesmo mês de 2022 (-24% face a setembro). Ao todo foram concluídos 12 negócios, das quais apenas três envolvendo áreas superiores a 1.000 m2, o que resultou numa área média por operação de 609 m2. A maior operação do mês foi a instalação dos escritórios da Closer numa área de 1.427 m² no edifício WTC;
- No Porto, a atividade ocupacional no mercado de escritórios fechou o mês com 4.680 m2, aumentando 12% face a outubro de 2022 e quase quadruplicando (+266%) face a setembro. Nesse mês, foram concluídas nove operações com uma área média de 520 m². E houve um negócio acima de 1.000 m2: a instalação da Globalmédia no edifício Monte dos Burgos (1.298 m2).
Em ambos os mercados, as empresas o setor da Tecnologia, Media e Telecomunicações (TMT’s & Utilities) foram as que mais procuram espaços de escritórios para se instalar, quer em outubro quer no acumulado do ano.
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Para poder comentar deves entrar na tua conta