Os Central Business Districts (CBDs) têm registado uma crescente ênfase em todo o continente europeu. Como elementos-chave na estratégia de ocupação do mercado de escritórios encontram-se fatores como a proximidade a centros de transporte, a eficiência operacional e o acesso a zonas com elevada oferta de serviços. Neste sentido, Lisboa posiciona-se entre as cidades mais dinâmicas.
Estas são algumas das conclusões do ‘Return to the Core’, a mais recente análise da Cushman & Wakefield (C&W). “Nos 12 meses até junho de 2025, quase três quartos dos contratos de arrendamento nas principais cidades europeias ocorreram em áreas centrais, um aumento significativo face aos cerca de 60% registados antes da pandemia. Este crescimento acentuado demonstra como a localização se tornou um fator decisivo na estratégia dos ocupantes, mesmo num contexto de subida contínua das rendas prime”, revela Nigel Almond, Diretor Sénior da Cushman & Wakefield, em comunicado.
Arrendamentos nos CBDs aumentam 10%
As localizações centrais na Europa registaram, durante os últimos 12 anos, um aumento de 10% relativamente ao mesmo período de 2024. Esta tendência de subida contrasta com os arrendamentos fora do centro, que diminuíram 4%.
Lisboa está entre as doze cidades que registaram um aumento da atividade de arrendamento de escritórios em zonas centrais até ao segundo trimestre deste ano, face ao ano anterior.
Desocupação nos CBDs desce no segundo trimestre
A taxa média de desocupação nas localizações centrais tem reduzido, dada a maior procura por espaços nestas zonas. Esta taxa, na Europa, desceu para 7,1% durante o segundo trimestre deste ano, face aos 7,3% do trimestre passado.
Em Lisboa, as localizações de escritórios mais centrais, zonas 1 e 2, registaram taxas de desocupação de apenas 4,5% e 3,8%, respetivamente, no final do segundo trimestre. Já as áreas periféricas tiveram um ligeiro agravamento, com a taxa de desocupação a atingir 12,9% no mesmo período.
Desta forma, a diferença entre as taxas de desocupação nas zonas centrais e fora do centro alargou-se para 585 pontos base, registando o valor mais elevado desde o primeiro trimestre de 2016. Na capital portuguesa, o Corredor Oeste é onde se verifica o maior desequilíbrio, com a taxa de desocupação a fixar-se nos 13,6%. Isto traduz-se numa diferença superior a 900 pontos base face às zonas centrais.
As rendas prime registaram um crescimento acelerado nas zonas centrais, dada a menor disponibilidade de espaços nas zonas centrais e o aumento da atividade de arrendamento. Estas rendas sofreram um aumento médio anual de 3,7%, face aos 2,3% nas zonas periféricas, no final do segundo trimestre deste ano. Em relação aos últimos três anos, as rendas nas áreas centrais aumentaram 13,2%, quase o dobro do crescimento observado fora do centro, que foi de apenas 7%.
Localizações centrais no foco dos investidores
As zonas core estão a ser priorizadas pelos investidores. Segundo a análise da C&W, as yields prime nas áreas centrais estabilizaram durante o ano passado, começando agora a surgir os primeiros sinais de um movimento descendente. Os yields passaram de 5,3% no terceiro trimestre de 2024 para 5,2% no segundo trimestre deste ano. Já nas zonas centrais, os yields prime subiram de 6,7% para 6,8% no mesmo período.
No último ano, o valor dos ativos nas zonas centrais aumentaram 5%, refletindo quatro trimestres consecutivos de crescimento. Em contrapartida, os valores fora das zonas centrais desceram 0,2% no mesmo período.
“Olhando para o futuro, é expectável que a preferência por localizações centrais se mantenha como uma prioridade para os ocupantes. A facilidade de acesso, a oferta de serviços e a qualidade dos espaços de trabalho, que promovem ambientes flexíveis, colaborativos e estimulantes, continuam a ser fatores decisivos, especialmente num contexto em que as empresas procuram incentivar o regresso dos colaboradores ao escritório. Apesar da existência de espaços de qualidade fora do centro, as empresas tendem a valorizar mais a localização, reconhecendo o papel que os escritórios bem situados desempenham na promoção do trabalho híbrido e na intensificação da colaboração presencial”, explica Pedro Salema Garção, Partner e Diretor de Escritórios da Cushman & Wakefield em Portugal.
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