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Mais de 100 mil casas sociais são de autarquias
GTRES

 

Mais de 80% da habitação social/pública existente no país (quase 101.000 casas) pertence aos municípios. E a maioria destes imóveis está velho e a precisar de obras, não chegando para corresponder à procura. 

Em causa está um inquérito da Associação Portuguesa de Habitação Municipal (APHM), realizado em dezembro de 2014 e janeiro de 2015 – ao qual responderam 291 dos 308 municípios inquiridos –, que concluiu que só 11% do parque habitacional municipal tem menos de dez anos. Os dados completos do inquérito são apresentados hoje (dia 27) no Porto, no seminário “Europa 2020, Habitação e Inclusão Social”.

Segundo o Público, que teve acesso a algumas das conclusões do inquérito, 52 municípios não têm habitação social. No lado oposto encontram-se Lisboa, com 25.453 fogos, e Porto, com 13.234. Ou seja, 80% da habitação municipal, o equivalente a quase 81.000 fogos, está concentrada em apenas 28 autarquias.

De referir ainda que 43% das casas municipais foram construídas há mais de 30 anos, 10% têm entre 20 e 30 anos, 36% têm entre 10 e 20 anos e apenas 11% têm menos de dez anos. 

Manuel Pizarro, presidente da APHM e vereador da Habitação e Ação Social da Câmara do Porto, adiantou que estes dados “são híper-atuais” e que o inquérito pode trazer mudanças concretas ao cenário nacional. “O nosso objetivo é aprofundar o conhecimento das questões da habitação social e avaliar que recursos se podem utilizar para melhorar as circunstâncias dessa habitação”, disse, citado pelo Público.

Segundo o responsável, é necessário investir na requalificação dos atuais bairros sociais: “Muitas destas casas foram construídas com materiais e técnicas construtivas que não são hoje consideradas aceitáveis. Uma grande fatia destas construções não é de boa qualidade”.

O inquérito permitiu ainda concluir que em 70,8% dos municípios ouvidos “a procura da habitação supera a oferta” e que “em quase metade dos municípios – 129 (44,3%) – houve um significativo aumento da procura nos últimos três anos (2012-2014), refletindo a deterioração da situação social de muitas famílias”m explicou Manuel Pizarro.

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