A recuperação que parece ter chegado ao setor da construção, o mais afetado pela crise, não se deve ao setor público. Sem surpresas, são os privados que estão a puxar pelo investimento na construção, que nos primeiros três meses do ano cresceu 8,5%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o Jornal de Negócios, a contribuir para este crescimento está a reabilitação urbana e a construção de casas novas. Para Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), os investidores estão a fugir de produtos de mais alto risco, que eram vendidos pela banca, e optam por investir no imobiliário, sendo que “o aumento do turismo tem contribuído muito para esta recuperação”.
Por outro lado, as taxas de juro baixas e o facto de os bancos estarem mais disponíveis para o crédito à habitação estão a atrair mais investimento para a construção, mesmo de quem não tem dinheiro suficiente para comprar uma casa sem apoio.
Dados da AICCOPN confirmam que os fogos em construções novas registaram um aumento de 14,6% no primeiro trimestre, quando em 2014 este indicador tinha apresentado um decréscimo de 8,3%. Em 2013, a queda foi ainda maior: 35,5%. No que diz respeito à reabilitação urbana, a carteira de encomendas cresceu 31% nos primeiros três meses do ano, sendo que já tinha subido 34% em 2014.
Citado pela publicação, Reis Campos revela que medidas como os vistos gold fomentaram investimentos de 1,3 mil milhões. O responsável defende ainda a necessidade de avançar com os projetos que estão em cima da mesa, sendo que muitos têm financiamento do QREN que está agora a terminar. “Se o investimento público avançasse tínhamos uma recuperação”, disse, recordando que há “1,8 mil milhões de euros em contratos que foram lançados, mas que não foram adjudicados”.
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