“Vamos voltar ao que tínhamos antes, que era não haver oferta de arrendamento e por isso as rendas ficarem a preços incomportáveis. Não temos boas perspetivas”. Para Luís Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), em 2017, deverá continuar a haver “retração do mercado de arrendamento” e as rendas irão manter-se elevadas.
O responsável mostra-se muito preocupado com os projetos lei que estão a ser discutidos no Parlamento – um do PS e outro do PCP e BE –, considerando que, sendo aprovados, terão “um impacto muito negativo no mercado”. “Preocupa-nos muito a irresponsabilidade dos partidos políticos em mexer numa lei que estava a ter sucesso”, conta, à margem da participação no 4º Seminário Imojuris, que teve como tema “Mercado de Arrendamento – Perspetivas para 2017”.
Segundo Luís Menezes Leitão, as propostas em cima da mesa eram desnecessárias, já que a lei “estava a funcionar corretamente”. “Devia ter havido estabilidade. Nem devia ter havido a reforma de 2014, que foi uma contra reforma. Apelamos para que deixem o mercado de arrendamento funcionar com um quadro legislativo estável”, diz, salientando que a reforma de 2012, durante a presença da Troika em Portugal, “fez mais para o mercado de arrendamento em semanas do que duas ou três leis em décadas”.
Durante o evento, o líder da ALP aconselhou os senhorios que não fizeram a transição para o Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU) a fazerem-no o quanto antes. “O período de transição era de cinco anos e foi considerado excessivo, e agora vai terminar. Como vai ser proibida [a transição] aconselhamos a fazê-la desde já”. Mas o que poderá acontecer a quem não o fizer? “Ficará com um arrendamento perpétuo”, explica. “Falamos de um universo que estará entre 255.000 e 400.000 imóveis. Para fazer a transação basta que o proprietário envie a carta ao inquilino a solicitar a atualização de renda”, conta Menezes Leitão.
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