Reagrupamento familiar foi o motivo mais evocado para as novas autorizações de residência. Só com os vistos gold foram 2 mil familiares reagrupados em 2019. 
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Nunca tantos estrangeiros com autorização de residência viveram em Portugal
Photo by Pedro Santos on Unsplash

Portugal é atualmente a casa oficial de mais de 590 mil cidadãos estrangeiros com título de residência válido - e este é o valor mais elevado desde 1976, tal como mostram dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). A percentagem da população estrangeira em relação ao total é agora de cerca de 5,7%, mas continua abaixo da média dos países da União Europeia, que é de quase 8%.

Em 2019, o número de imigrantes residentes em território nacional subiu perto de 23% face a 2018 e o reagrupamento familiar foi o motivo mais evocado para as novas autorizações de residência de cidadãos da União Europeia e de estados terceiros, segundo o último Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), citado pelo Público.

O Brasil, Nepal e Angola foram, por este motivo, os países mais representados, seguidos dos certificados de residência para cidadãos do espaço europeu (36.357, sobretudo do Reino Unido, Itália e França) e para o exercício de atividade profissional (com 31 mil, com Brasil, Índia e Nepal no topo), segundo escreve o diário, dando ainda nota de que os novos residentes que vieram estudar foram 13 mil: com destaque para o Brasil, Angola e Cabo Verde.

Ranking das nacionalidades estrangeiras a viver em Portugal

Os brasileiros representam um quarto do total dos estrangeiros, com 151.304 residentes, sendo que em 2019, se registou uma subida de 45,5% de cidadãos desta comunidade face ao ano anterior. A segunda comunidade mais representada é Cabo Verde, com 37.436 residentes. No top das nacionalidades segue-se Reino Unido, com 34.358 residentes, resultado do “efeito Brexit”. Os britânicos foram a segunda nacionalidade que mais novos pedidos de residência obtiveram, subindo 11,2%.

No topo das nacionalidades estrangeiras a viver em Portugal com autorização segue-se a Roménia, com 31.065 residentes, a Ucrânia, com 29.718, a China, com 27.839, a Itália, com 25.408, a França, com 23.125, Angola, com 22.691 e a Guiné-Bissau com 18.886 residentes.

Também prosseguindo uma tendência de anos anteriores em relação a novos residentes, em 2019 continuaram a crescer os números relativos aos cidadãos italianos (com 7.865 novos títulos de residência), aos indianos (com 6.267), aos nepaleses (com 5.010) ou aos franceses (4.930). 

É no distrito de Lisboa que se concentra a grande fatia da população estrangeira com 260.503 residentes. Segue-se Faro, com 92.603, e Setúbal, com 51.983. Em relação aos concelhos Lisboa aparece novamente no topo, com 98.841 cidadãos residentes, segue-se Sintra, com menos de metade (37.840 cidadãos), Cascais (com 30.328) e Amadora (com 21.456 cidadãos). Em Lisboa o aumento foi de 22%, em Beja de 25%, em Setúbal de quase 30%. No Porto, Braga, Setúbal e Viana do Castelo a subida foi de quase 30%. Em Castelo Branco esse crescimento foi de 36%. 

Vistos gold com 2 mil familiares reagrupados 

Já em relação a autorizações de residência para investimento, os chamados vistos gold, registaram-se 1245 processos favoráveis e mais 2.192 processos positivos para familiares reagrupados, indica ainda o Público, frisando que o investimento foi superior a 742 milhões de euros, vindos sobretudo de cidadãos da China, Brasil, Turquia, Estados Unidos e Rússia (por ordem hierárquica em termos numéricos).

Também subiram os pedidos de nacionalidade em cerca de 80%: de um total de 74.116 pedidos, 68.116 tiveram parecer positivo. O Brasil aparece no topo com 22.928 cidadãos que se tornaram portugueses. Segue-se Israel com 18.433 concessões (efeito da lei que concede nacionalidade a descendentes de judeus sefarditas), Cabo Verde com 6472, Angola com 2993, Ucrânia com 2783, Guiné-Bissau com 2538, Turquia com 1629, São Tomé e Príncipe com 1510, Nepal com 1287 e Índia com 1225. 

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