Governo aprovou a criação de bolsa de habitação que arranca com 15 mil imóveis do Estado para arrendar a preços acessíveis.
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Inquilinos e investidores privados aplaudem novas medidas de política pública de habitação
Photo by Luisa Azevedo on Unsplash

Resolver o problema da falta de oferta de casas em Portugal, face à alta procura que existe a nível nacional, é um desígnio que junta inquilinos e investidores imobiliários. E é, neste sentido, que as duas caras da moeda se unem para elogiar a iniciativa do Governo de criar uma bolsa de imóveis do Estado para arrendar - que arranca com 15 mil imóveis - entre outras medidas de política pública de habitação, aprovadas no último Conselho de Ministros, realizado na passada quinta-feira, dia 17 de setembro de 2020.

“É uma iniciativa positiva se a ideia for resolver o que prevê a lei de bases da habitação, que deverá ser regulamentada em outubro”, disse ao Expresso, Romão Lavadinho, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonense (AIL), destacando que "tudo que seja feito para resolver a falta de habitação para classe média e travar a escalada de preços especulativos é positivo. Não conhecemos ainda nem como nem quando vai ser feita essa bolsa. Mas é uma forma de nos aproximarmos do que acontece na Europa", tendo em conta que a taxa de arrendamento executada pelo Estado em alguns países europeus- Alemanha, Holanda, Noruega e países nórdicos- aproxima-se dos 30% e funciona como reguladora do mercado.

Por sua vez, desde o lado do investimento, a mensagem que chega é que os investidores imobiliários estão disponíveis e querem fazer parte das políticas públicas da habitação. "Consideramos que uma das grandes oportunidades para o setor é a produção de habitação para portugueses”, declarou Hugo Santos Ferreira, ao mesmo meio. No entanto, o vice-presidente executivo da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), deixa o alerta de que "a oferta pública de habitação não se pode substituir aos privados, tem que ser complementar e indutora de investimento”.

Os promotores imobiliários, em conjunto com o Estado central as autarquias, são, segundo defende, "fazedores de cidades". E, por isso, "se o Governo quer criar um verdadeiro programa de habitação tem que ouvir os profissionais e as associações dos setores envolvidos”, reclama o porta voz deste segmento do setor imobiliário.

Sempre numa lógica de que o investimento público deve ser complementar e indutor de investimento privado, Hugo Santos Ferreira considera que há custos de contexto que deveriam ser eliminados para as empresas poderem baixar os seus custos de construção, não os repercutindo no preço final das casas. “É necessário eliminar ou reduzir os custos de contexto na construção da habitação, custos esses que incorrem dos atrasos de licenciamento, imprevisibilidade legislativa, a que acrescem os elevados custos de construção em Portugal nos últimos anos”, reitera.

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