
Um grupo de pessoas passou os últimos anos a reconstruir casas abandonadas em Fraguas, uma antiga aldeia no município de Monasterio (Guadalajara), em Espanha. E apesar da vontade de dar nova vida a este lugar vazio e desabitado onde chegaram em 2013, agora enfrentam um grave problema: um processo judicial em que podem ir para a prisão por usurpação de terras públicas e crime contra o planeamento do território.
A história é relatada pelo El País. Um grupo de 15 pessoas chegou àquela zona deserta em 2013, fundando a Associação Fraguas Revive, que apresentou vários projetos à Junta de Castilla-La Mancha sobre apicultura, agricultura e criação de ovinos para prevenção de incêndios. Apesar de nenhum ter sido aprovado, decidiram dar continuidade ao projeto de repovoar a aldeia.
“Sabíamos que não tínhamos as licenças, mas achávamos que eles nos veriam com bons olhos”, admite Gonzalo Aracil, um dos habitantes. Das 50 casas que existiam em Fraguas, duas foram reabilitadas para habitação, outra como armazém e antigo galinheiro, respeitando a metodologia tradicional e os desenhos originais: “Apenas adicionámos elementos de segurança às estruturas”, refere.

Rede Ibérica de Ecoaldeias ajuda a recuperar aldeias abandonadas
A Junta de Castilla-La Mancha, contudo, denunciou-os por usurpação de terras públicas. Há quase uma década, segundo o jornal, agentes florestais chegaram a identificar 50 pessoas na zona. Foram processados, embora apenas seis tenham sido condenados. Agora, e após nove anos de processo judicial, a sentença foi ratificada, condenando-os pelo crime de usurpação, e outro contra o planeamento do território.
“São pessoas boas e generosas. Estas coisas magoam. Começas com grande entusiasmo um projeto de vida e descobres que vai para a prisão de qualquer maneira. É um absurdo”, disse ao jornal Mercedes Álvarez, cogerente de um alojamento rural nas redondezas.
A Junta de Castilla-La Mancha incluiu em outubro de 2021 o município de Monasterio —onde se encontra a despovoada Fraguas— entre aqueles com “risco de despovoamento extremo”. E por isso o grupo não entende como e é que a Junta não vê a sua proposta com bons olhos, como se faz noutras regiões como Navarra, onde o Governo desenvolveu um projeto em conjunto com a Rede Ibérica de Ecoaldeias para recuperar aldeias abandonadas, ou em Aragão, onde a comunidade cedeu municípios a grupos para seu repovoamento, como Artosilla, Ibort e Huesca.
1 Comentários:
How did they think they would get away with it? Are they their houses? Did they pay tax each year? Are the houses abandoned due to risk of earthquake which means the previous owners where forced by government to move out? There are so many questions that need to be answered! Basically they are squatters!!
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