O interior da antiga central elétrica alberga mais de 100 lojas, 254 apartamentos e 46.000 m2 de escritórios para a Apple.
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empreendimentos comerciais
Créditos: Hufton & Crow

A reabilitação de antigos espaços industriais, como as centrais elétricas, tornou-se uma constante nas nossas cidades. Em Londres, o exemplo mais famoso é a central elétrica de Bankside, que aloja os quartos do Tate Modern.

E agora é a vez de outra central elétrica emblemática, a Battersea Power Station, localizada em cima do rio Tamisa. O projeto de remodelação foi levado a cabo pelo gabinete de arquitetura Wilkinson Eyre, e foi inaugurado a 14 de outubro. No interior, aloja mais de 100 lojas, 254 apartamentos e 46.000 metros quadrados (m2) de escritórios para a famosa marca Apple.

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Créditos: Jason Hawkes

Um olhar sobre o passado

A original Battersea Power Station foi mandada construir em 1939 e ampliada em meados do século, adquirindo a sua concepção caraterística de quatro chaminés gigantescas nos seus vértices. A central foi finalmente desativada em 1983 e tem estado fechada há mais de 30 anos, até que o gabinete de arquitetura Wilkinson Eyre assumiu o controlo da sua remodelação.

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Créditos: Backdrop Productions

Desde o início, a proposta da equipa foi, por um lado, conservar e destacar os espaços e materiais originais da central (protegidos e listados de grau II) e, por outro, organizar os vários espaços do edifício de uma forma lógica e funcional. Esta dupla concepção permite aos visitantes estar "sempre atentos ao tecido histórico e ao facto de estarem num espaço único".

Para este fim, foram introduzidos escritórios suspensos dentro da antiga sala da caldeira, permitindo ver as chaminés imponentes, ou, noutros espaços, a nova estrutura foi removida para dar proeminência ao espaço original e contar a sua história.

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Créditos: James Budgen

Um centro comercial no meio de salões de turbinas

Os antigos espaços industriais foram perfeitamente reintegrados nas novas utilizações. O volume superior da Sala das Caldeiras alberga um escritório de plano aberto criativo e flexível, enquanto as salas de controlo servem de espaço e bar para eventos.

Os Salões das Turbinas, entretanto, são onde as lojas foram instaladas, criando um grande centro comercial nos espaços mais espetaculares da fábrica, com a clara intenção de oferecer uma experiência agradável aos visitantes.

decoração industrial
Créditos: Backdrop Productions

O "Turbine Hall A" dos anos 30 tem uma colunata original que permite que as lojas sejam distribuídas ao longo de uma galeria de três níveis que gira em torno de um átrio central. O desenho pós-restauro deu um aspeto unificado às fachadas das lojas, incluindo motivos históricos como um "S", a partir de um padrão original, ou um contorno de tijolo das turbinas.

O "Turbine Hall B" de meados do século tem um desenho mais "industrial" e racional. Aqui, os ventiladores de extração originais foram substituídos por túneis de luz para luz natural.

Apartamentos com desenho industrial

Os 254 apartamentos residenciais estão localizados nas extremidades da estrutura e no topo do edifício original. Durante o projeto de renovação, foi feita uma distinção clara entre os elementos originais preservados e restaurados e as incorporações atuais.

projetos arquitetónicos
Créditos: Hufton & Crow

Os apartamentos dentro da estrutura mantiveram a alvenaria original de tijolo exposta e o trabalho em aço. O design de interiores foi realizado pelo estúdio Michaelis Boyd, que criou mais de 100 designs diferentes para os apartamentos.

Estes desenhos baseiam-se em duas paletas de materiais diferentes, que se referem aos dois períodos de construção da central, os anos 30 e os anos 50.

centro comercial
Créditos: Hufton & Crow
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