
O teletrabalho, ou o modelo de trabalho híbrido, ganhou força com o aparecimento da pandemia, sendo que muitas empresas acabam por permitir que os colaboradores trabalhem a partir de casa. Mas nem tudo são boas notícias: é que em tempos de inflação alta e de custo de vida a aumentar, nomeadamente por via da energia, muitas pessoas aquecem a casa com sistemas de aquecimento, o que faz disparar a fatura da luz e do gás. Mas há formas de manter a casa quente (e quem lá vive) de forma sustentável. Fica a saber como.
Num artigo publicado no Público, Mike Tipton, professor de Psicologia Humana Aplicada na Universidade de Portsmouth, e Hugh Montgomery, professor de Cuidados Médicos intensivos na University College London (UCL), dão algumas dicas nesse sentido. O ideal para sobreviver e funcionar normalmente, recordam, é que a pessoa consiga manter uma temperatura corporal interna de 37°C.
“Numa sala fria, os recetores de frio da pele são os primeiros a serem estimulados e fazem com que os vasos sanguíneos da pele se contraiam, redirecionando sangue quente para baixo da camada isolante de gordura que temos logo abaixo da pele. Como as mãos e os pés dependem da circulação sanguínea para se manterem quentes e funcionais e têm pouca gordura, arrefecem rapidamente. Assim, numa sala fria, as primeiras partes do nosso corpo a sentir o frio são as extremidades: os dedos das mãos e dos pés”, lê-se no artigo.

Salientando que “aquecer a pessoa e não a casa é muito mais barato”, os autores apontam algumas soluções para as pessoas se manterem quentes quando estão em teletrabalho, como por exemplo:
- Fazer o sangue circular até às extremidades para as manter quentes. A melhor maneira passa por manter ou aumentar a temperatura corporal;
- Não é preciso aquecer uma casa ou uma divisão inteira. É mais eficiente a pessoa aquecer-se a si própria, usando roupa apropriada;
- Usar peças de roupa como camisolas de lã e leggings, que retêm milhões de bolsas de ar que proporcionam isolamento, é uma boa ideia, bem como várias camadas de roupa “normal”:
- Quando se está sentado, uma manta ou cobertor por cima das pernas e cinta pode ajudar:
- A temperatura das mãos e pés é o que domina a perceção geral do desconforto térmico, pelo que focar nestas áreas é o principal. Pensa em meias térmicas, chinelos e luvas sem dedos. E colocar as mãos nas axilas enquanto não se está a escrever também pode ajudar;
- A pessoa manter-se hidratada é importante para garantir o fluxo sanguíneo para as extremidades. As bebidas quentes são reconfortantes e fazem com que a pessoa se sinta “mais quente”, mas, na verdade, não afetam a temperatura interna, ou não o fazem por muito tempo;
- O stress também pode reduzir o fluxo sanguíneo para a pele, fazendo com que a pessoa sinta mais frio. Se for esse o caso, uma boa ideia passa por, caso seja possível, fazer uma pausa e fazer alguns minutos de exercício;
- No caso de se usar aquecimento, e em último recurso, é importante aquecer a sala em que se está a trabalhar e não a casa toda e diminuir o termóstato em 1°C, de 20°C para 19°C, de forma a poupar energia.
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