
O Governo anunciou a criação de uma contribuição extraordinária para o Alojamento Local (AL), no âmbito do programa Mais Habitação. Esta taxa vai ser de 20% e não de 35% - como inicialmente previsto na primeira versão da proposta do pacote de medidas. Além disso, as novas licenças vão ser suspensas até 2030, nos territórios de alta densidade, ainda que a restrição se aplique apenas apartamentos, deixando de fora as moradias. Segundo os cálculos do presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), Eduardo Miranda, os apartamentos representam 70% da oferta no país.
Para o responsável da ALEP, citado pelo jornal Expresso, a anunciada contribuição extraordinária é uma “taxa cega”, até porque o Governo não esclareceu como se chegou a esta fórmula de cálculo, ou como será aplicada. “Estivemos com parlamentares de todos os partidos, e ninguém soube responder como se chegou à fórmula desta contribuição ou como será aplicada”, diz Eduardo Miranda.
A contribuição extraordinária sobre o AL, segundo o presidente da ALEP, “complicadíssima de entender”. Não assenta em faturação real, mas em receita estimada pela média do mercado “sem considerar se o alojamento opera o ano inteiro ou apenas umas semanas”. Para Eduardo Miranda trata-se de “um absurdo”, que “inviabiliza qualquer negócio”.
“O alvo é claro: querem apartamentos em Lisboa, e uma forma fácil é asfixiar o alojamento local. Não fizeram política de habitação, é o que dá jeito”, frisa o responsável, em declarações ao jornal, salientando que estas são “medidas cruéis com impacto na vida de pessoas que investiram as suas poupanças e são obrigadas a encerrar”.
Para poder comentar deves entrar na tua conta