Vão nascer 1.610 casas, depois de concluídos 8 projetos. Na próxima semana, vai ser lançado programa de apoio à renda no Porto.
Comentários: 0
Casas no Porto
Foto de Magda Ehlers no Pexels

A autarquia do Porto tem várias novidades no âmbito da habitação. O parque habitacional do Porto dispõe atualmente de 13.062 fogos e deverá crescer 12,5%, depois de concluídos os oito projetos em curso. Ou seja, vão nascer 1.610 novas habitações na Invita. E dois destes projetos habitacionais vão ser desenvolvidos em parceria com os privados. A ideia passa não só por aumentar o número de casas de renda apoiada, mas também colocar mais casas no mercado a preços acessíveis. E, neste âmbito, a Câmara do Porto vai ainda lançar na próxima semana mais uma edição do programa de apoio à renda Porto Solidário.

Onde vão nascer as novas casas no Porto?

Numa apresentação ao executivo municipal, o vereador com o pelouro do Urbanismo, Pedro Baganha, adiantou que o parque habitacional municipal conta com 13.062 fogos, dos quais:

  • 12.853 estão sob a gestão da empresa municipal Domus Social;
  • 75 sob a gestão da Porto Vivo, SRU;
  • 134 destinados ao programa Porto com Sentido.

Segundo o vereador, estão em curso oito projetos na cidade que poderão aumentar em 12,5% o parque habitacional, ao representarem mais 1.610 novas habitações: 1.279 fogos para arrendamento acessível e 331 fogos apoiados.

Entre os empreendimentos destacam-se os projetos urbanísticos de: 

  • Lordelo do Ouro (291 fogos);
  • Monte Pedral (388 fogos): a desenvolver por privados;
  • Monte da Bela (232 fogos): a desenvolver por privados;
  • ilha da Lomba (47 fogos);
  • Eirinhas (80 fogos);
  • Bairro do Leal (54 fogos);
  • Faria Guimarães (85 fogos).

Além destes, também foi destacada a reabilitação de imóveis devolutos e construção nova (433 fogos) levada a cabo pelas empresas municipais.

"Isto não são planos, são projetos em curso", referiu, acrescentando que o peso da habitação acessível na cidade crescerá de 0,6% para 9,3%.

A empresa municipal Domus Social gere 48 bairros do município do Porto, onde a habitação social representa 13% do património edificado e onde vivem cerca de 30 mil pessoas.

O orçamento municipal para 2024, que foi votado pela Assembleia Municipal, contempla uma dotação de 53,6 milhões de euros para o Urbanismo e Habitação, dos quais 50,3 milhões de euros se destinam a regeneração urbana. O documento destina também uma dotação de 22,8 milhões de euros para habitação social (que se insere na Coesão Social), que contempla um investimento de 20,2 milhões de euros a realizar no parque habitacional pela empresa municipal Domus Social.

Apoios à renda no Porto
Foto de Tom Fournier no Pexels

Vão nascer 620 casas acessíveis no Porto em parceria com privados

O que executivo da Câmara do Porto também vai concessionar a entidades privadas a construção, conservação e exploração das áreas habitacionais para arrendamento acessível no Monte Pedral e Monte da Bela, uma medida que contou com o voto favorável dos vereadores do movimento independente, do PSD e do PS, e o voto contra do BE e CDU. Estão em causa um total de 620 casas acessíveis.

Em ambos os casos, pretende-se levar a cabo uma parceria público-privada, sem que seja alienado o património, esclareceu Pedro Baganha. E o vereador Alberto Machado, do PSD, salientou que ambos os projetos "procuram reter a classe média na cidade", considerando que "este é um dos caminhos a seguir, confiando no setor privado como parceiro".

Monte Pedral com mais 388 casas acessíveis

No antigo Quartel do Monte Pedral, na Rua da Constituição, o direito de superfície de quatro dos seis lotes será cedido por um período de 90 anos e por um valor estimado de cinco milhões de euros.

Ao operador privado caberá desenvolver os projetos de execução e construir os quatro edifícios destinados a habitação acessível, com um máximo de 388 fogos, bem como assumir a manutenção do espaço pelo período de concessão.

Por sua vez, ao município do Porto caberá o arrendamento dos respetivos fogos durante 30 anos (renovável) e a execução das obras de urbanização, superiores a 4,2 milhões de euros, cujo concurso público deverá ser lançado em janeiro de 2024.

Os outros dois lotes destinam-se a serviços e comércio, bem como a uma residência universitária, com cerca de 200 camas, respetivamente. Os dois lotes permanecem na esfera municipal, sendo que a construção da residência para estudantes deverá ser suportada com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Monte da Bela vai ter mais 232 habitações

Já no Monte da Bela, onde existia o antigo bairro São Vicente de Paulo, na freguesia de Campanhã, o direito de superfície de 12 dos 13 lotes será cedido por um período de 90 anos e por um valor estimado de 3,8 milhões de euros. O restante lote destina-se a serviços e comércio, permanecendo na esfera municipal.

Também neste caso, ao operador privado caberá desenvolver os projetos de execução e construir 12 edifícios destinados a habitação acessível, com um máximo de 232 fogos, bem como assumir a manutenção dos respetivos imóveis.

O município do Porto ficará responsável pelo arrendamento dos fogos por um período de 30 anos, também renovável.

Casas de renda acessível no Porto
Antigo quartel de Monte Pedral Google Maps

Porto lança nova edição do programa de apoio à renda na próxima semana

A Câmara Municipal do Porto vai lançar na próxima semana mais uma edição do programa de apoio à renda Porto Solidário, depois da revisão do regulamento permitir reunir 900 mil euros.

O vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, esclareceu o executivo municipal que a transformação do Porto Solidário num "programa complementar" ao do Estado permitiu reunir uma "verba suficiente para lançar uma nova edição" do programa de apoio à renda e prestações bancárias, sem prejudicar os atuais beneficiários.

Segundo o vereador, esta edição é relativa ao orçamento deste ano, sendo que, no próximo ano, com o novo orçamento, serão lançadas novas versões do programa.

A segunda edição do programa deste ano - a 12.ª edição desde a sua criação - contará com uma verba de 900 mil euros e será lançada na próxima semana.

As candidaturas abrem no dia 12 de dezembro e podem ser submetidas através do 'site' da Domus Social. As informações sobre o regulamento do programa, nomeadamente, rendimentos máximos elegíveis e documentos obrigatórios, estarão também disponíveis no 'site' da empresa municipal.

A Câmara do Porto alterou, em maio, o regulamento do programa para que o apoio pudesse servir de complemento ao apoio do Estado no pagamento da renda, no âmbito do programa Mais Habitação.

A incompatibilidade dos dois apoios levou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a enviar, a 03 de abril, uma carta à ministra da Habitação a anunciar que o Porto Solidário seria "extinto" se a medida do Governo avançasse.

No mesmo dia, o Ministério da Habitação afirmou à Lusa estar a articular com a Câmara do Porto a conciliação entre a medida de apoio à renda anunciada pelo Governo e o programa de intervenção municipal.

*Com Lusa

*Notícia atualizada dia 5 de dezembro, às 14h52, com mais informação sobre as parcerias público-privadas.

Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta