
Foi há cerca de dois meses que Benjamim Pereira iniciou funções como novo presidente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). E, segundo o próprio, encontrou uma instituição que “não está preparada para lidar com as competências e exigências que tem sobre si” em matéria de habitação, deparando-se com falta de recursos humanos e de tecnologia. Por isso mesmo, “impõe-se uma reestruturação do organismo do IHRU, que já está a avançar”, adiantou Benjamim Pereira.
“O desafio habitacional é muito grande. Mas o IHRU não esta a preparado para lidar com as competências e exigências que tem sobre si”, explicou Benjamim Pereira no primeiro dia da Semana da Reabilitação Urbana do Porto (SRU) que decorre em Vila Nova de Gaia até quinta-feira, dia 7 de novembro, e que conta com o idealista como portal oficial.
Os problemas que encontrou no IHRU prendem-se com a falta de tecnologia e de trabalhadores. “Temos 300 pessoas no IHRU esmagadas pelo trabalho, porque estão a fazer o trabalho de 500”, detalhou o novo presidente numa das suas primeiras intervenções públicas desde que assumiu esta pasta há cerca de dois meses. E sublinhou que algo bom que encontrou no IHRU foi a “qualidade dos recursos humanos”, bem como o seu compromisso.
Talvez por isso é que vários autarcas têm reclamado dos tempos de resposta do IHRU. Na ocasião, António Silva Tiago, presidente da Câmara Municipal da Maia, disse que “o próprio IHRU não consegue aprovar as candidaturas apresentadas pelas autarquias” no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mas “se até junho de 2026 as casas não estiverem concluídas, a culpa será das câmaras”, criticou. Também o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, já havia criticado em maio a lentidão do IHRU em dar resposta aos processos de habitação a custos controlados.
“A instituição carece de ser reestruturada para pôr em marcha as políticas públicas de habitação”, Bejamim Pereira, presidente do IHRU
Foi tendo em conta este panorama que o novo presidente do IHRU concluiu que “a instituição carece de ser reestruturada para pôr em marcha as políticas públicas de habitação” e agilizar os investimentos em habitação financiados pelo PRR, que têm de ter obras concluídas até 2026.
“Precisamos de reforçar a nossa capacidade tecnológica e os nossos quadros, o que não está fácil, mas estamos a trabalhar nisso”, garante o arquiteto Benjamim Pereira. “O trabalho é árduo e difícil, mas vamos cumprir a nossa missão. Temos de trazer algo novo e tentar melhorar todos os dias”, frisou ainda na ocasião o ex-presidente da Câmara Municipal de Esposende.
“No fundo, há uma necessidade urgente por parte do país na construção de habitação. Há 60 mil fogos para serem construídos apenas no programa i01 [1º Direito com financiamento do PRR] e mais cerca de 8 mil fogos nos outros programas também. (…) Estamos a fazer um grande esforço naquilo que é a componente estrutural do IHRU e da sua capacidade de resposta e vamos conseguir com toda a certeza cumprir com os portugueses”, garantiu ainda o presidente do IHRU em declarações aos jornalistas à margem do evento.
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