Seguro multirriscos da casa: custo a subir sem dar novos benefícios

Os seguros da casa representam uma despesa anual expressiva para as famílias – e estão a aumentar todos os anos à medida que os custos de reconstrução sobem. Acontece que, se o valor inicial do seguro multirriscos for elevado, os agregados correm o risco de estar a pagar demasiado pelo seguro, sem ter novos benefícios. E o contrário também acontece: estar a pagar pouco de seguro perante a casa que se quer proteger. 

É o custo de reconstrução total da habitação a principal referência para calcular o capital seguro, valor a partir do qual se chega ao montante a pagar pelo seguro da casa anualmente. Como o custo de reconstrução das casas tem aumentado ano após ano (seja pela inflação, custo de mão de obra ou dos materiais), o valor pago pelos seguros multirriscos da casa também tem subido todos os anos, de forma automática, caso não haja oposição, escreve o Público.

A atualização dos seguros multirriscos da casa – que podem cobrir riscos de incêndio, explosão, sismos, inundações ou o recheio da casa – é realizada tendo por base os índices publicados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). Um dos indicadores mais utilizados é o índice de edifícios, que aumentou 14,17% entre os primeiros trimestres de 2022 e 2023 e 8,17% entre o início de 2023 e o mesmo período de 2024, lê-se na mesma publicação.

Contas feitas, este índice de edifícios cresceu 43% entre 2020 e o primeiro trimestre de 2025, elevando muito o seguro da casa. No caso de o valor inicial do seguro da casa ser elevado, esta subida do índice pode “torná-lo exageradíssimo, sem qualquer benefício para os tomadores do seguro”, alerta ao mesmo jornal David Pereira, presidente da Aprose — Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros, apontando que o problema não está na atualização automática, mas sim no valor fixado inicialmente no seguro (que deve ser o valor da reconstrução da casa e não o valor do empréstimo).