Sabias que é possível pedir crédito habitação depois dos 55 anos? Descobre como fazê-lo e todas as implicações!
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pedir crédito habitação depois dos 55 anos
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Boa parte da população pensa que os créditos habitação estão reservados para os jovens adultos. Como o pagamento tende a ser a longo prazo, nem se considera a possibilidade de haver crédito habitação depois dos 55 anos. Ora, com esta idade, as pessoas tendem a ter a sua vida organizada e já ter casa. 

No entanto, a vida é cheia de imprevistos, e por isso, há vários cenários em que uma pessoa com mais idade tem interesse em comprar uma casa. Um divórcio ou a simples vontade de comprar uma casa para ficar para o filho ou para a filha são apenas dois exemplos. 

Crédito habitação depois dos 55 anos: contexto

Atualmente, existem prazos máximos estabelecidos para o crédito habitação consoante a idade dos mutuários. No entanto, há uma idade limite para se contratar este crédito. Os prazos máximos de financiamento do crédito habitação foram reduzidos em abril de 2022. Desde então, as pessoas que pretendam comprar uma casa com um novo crédito terão de lidar com um limite inferior.  

Ora, nos dias de hoje, os clientes que apresentem uma idade igual ou inferior a 30 anos podem contratar um crédito habitação que apresente um financiamento máximo de 40 anos. No entanto, mutuários entre os 30 e 35 anos têm um prazo limite inferior, até 37 anos no máximo. Já os clientes com idade superior a 35 anos de idade, no máximo, asseguram um contrato com uma duração de 35 anos. 

  • Idade: Até 30 anos | Prazo máximo: 40 anos
  • Idade: Entre 30 e 35 anos | Prazo máximo: 37 anos
  • Idade: Mais de 35 anos | Prazo máximo: 35 anos
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Segundo o Banco de Portugal, a redução destes limites visa assegurar a preservação das instituições bancárias para não correrem riscos excessivos no momento de concederem novos créditos. 

Com esta medida, promove-se “o acesso a financiamento sustentável por parte dos consumidores, minimizando o risco de incumprimento”. 

Além disso, caso a finalidade do imóvel seja meramente de habitação secundária, então, o prazo máximo de financiamento é inferior, independentemente da idade dos titulares, não superando os 30 anos.

Nota: este cenário também pode acontecer quando os clientes representam risco de crédito mediante análise. Nesses casos, os mutuários podem ver o prazo do financiamento limitado a 30 anos. 

Ofertas de crédito habitação depois dos 55 anos  

A generalidade das instituições de crédito não impõe uma idade máxima para a celebração de um crédito habitação. No entanto, os bancos definem um limite máximo para a idade que os clientes devem ter no momento da conclusão do empréstimo.

instituições bancárias que conseguem financiar até aos 80 anos. Não obstante a idade ter efetivamente impacto, esse dado não é um fator impeditivo do acesso ao crédito à habitação. 

Embora não aconteça com todos os bancos, há instituições bancárias que disponibilizam soluções dirigidas especialmente a clientes com mais de 50 anos. No entanto, nestes casos, os montantes financiados são, frequentemente, inferiores. Por exemplo, é comum irem apenas até 50% da avaliação do imóvel. 

Então, qual é a idade máxima para pedir crédito habitação?

A idade máxima para pedir crédito habitação está imposta na maioria das instituições bancárias. Geralmente, os bancos só permitem que se contrate um crédito habitação até aos 75 anos.  

A lógica é alargada ao momento da conclusão do crédito. Desta forma, se tiveres mais de 35 anos, o prazo máximo de financiamento é de 35 anos, sendo que a idade do cliente no final do contrato não pode superar os 75 anos. 

Caso tenhas 45 anos no momento de contratar um crédito habitação, a generalidade dos bancos só pode apresentar um limite máximo de financiamento de 30 anos, ou seja, até que completes 75 anos.

Isto significa que até aos 75 anos vai-se perdendo margem de financiamento, consoante a idade que se apresenta. Quanto mais velha for a pessoa, menos maturidade de crédito os bancos permitem e, consequentemente, a pessoa terá de conseguir pagar o empréstimo em menos tempo. 

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Comparação de créditos habitação em diferentes idades

Naturalmente, existem grandes diferenças entre as diversas realidades. Quem pede o crédito habitação com 29 anos, vive um contexto distinto de quem o pede com 55 anos. Iremos analisar dois casos fictícios para que possas comparar melhor as duas realidades e consigas identificar as diferenças.

Caso 1: Maria, 55 anos

  • Montante de financiamento pedido: 200.000 euros
  • Prazo máximo de financiamento: 20 anos
  • Valor da prestação a pagar por mês: 1.139,47 euros

Caso 2: Cristina, 29 anos

  • Montante de financiamento pedido: 200.000 euros
  • Prazo máximo de financiamento: 40 anos
  • Valor da prestação a pagar por mês: 750,98 euros

Através destes exemplos, consegue traduzir-se melhor o impacto que a idade tem no financiamento que se consegue para a compra de casa. Embora nestes casos se tenha apresentado o mesmo valor de financiamento, ao analisarmos estes dois clientes de idades diferentes, percebemos como eles têm de fazer contas bem distintas ao final do mês.

Vantagens de contratar o crédito habitação em idade mais avançada

Fazer um contrato de crédito habitação numa idade mais avançada tem vantagens e desvantagens. Eis alguns dos aspetos a ponderar:

  • Quando o prazo do financiamento é inferior, há menos prestações a pagar;
  • Com menos prestações e menos tempo, há menos juros;
  • Ao reduzir o Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC), o crédito fica mais barato;
  • Como o prazo termina mais rapidamente, o encargo não se prolonga excessivamente;
  • Consegue-se recuperar o orçamento familiar de forma mais célere
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Consequências de ter um prazo de empréstimo inferior

Ter um prazo inferior para o pagamento das prestações implica que estas sejam mais elevadas e que exista uma taxa de esforço maior. Se a taxa de esforço for demasiado alta, nomeadamente se se encontrar acima dos limiares recomendados pelo Banco de Portugal, em última instância, a instituição de crédito pode:

  • recusar a concessão do empréstimo;
  • pedir um reforço das garantias apresentadas;
  • reduzir o montante máximo de financiamento. 

Ideias finais a reter

Os prazos mais longos permitem uma diluição da dívida ao longo de um período mais extenso. Dito isso, acaba por refletir-se em prestações mensais inferiores e em taxas de esforço menores.

Por outro lado, os prazos mais curtos têm a redução dos encargos pagos com os juros como benefício.

Se tens dúvidas relativamente à tua taxa de esforço, utiliza um simulador para ter uma ideia das condições que se aplicam ao teu caso. A maioria das entidades bancárias também disponibiliza essa ferramenta.

 

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