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Investigação jornalística leva ex-diretor do FMI Rodrigo Rato à prisão
GTRES

Rodrigo Rato, um dos homens mais influentes do país vizinho (que chegou a ser diretor geral do FMI), foi condenado, esta quinta-feira em Madrid, a quatro anos e meio de prisão por se ter apropriado de património de dois bancos dos quais foi presidente. Aos 67 anos, o antigo ministro de Aznar, foi acusado pela Audiência Nacional - tribunal nacional espanhol que julga casos de corrupção e crimes financeiros - pelo crime de peculato, quando era presidente da Caja Madrid e do Bankia, numa altura em que as duas entidades estavam em dificuldades. 

Rodrigo Rato de 67 anos foi diretor-geral do FMI entre 07 de junho de 2004 e junho de 2007. Antes disso, foi ministro da economia de 1996 a 2004 (PP, com José Maria Aznar), e tinha mesmo o cargo de vice-primeiro-ministro, chegando a ser apontado como sucessor do chefe de Governo.

Foi a passagem pela liderança das instituições financeiras Caja Madrid e do Bankia que deu origem a uma investigação fiscal e policial que durava há quase quatro anos e que levou à sua queda.

O que levou Rato à prisão?

Em finais de 2013 descobriu-se, através de uma investigação do jornal espanhol El Diario.es, que os principais executivos do Bankia usavam cartões de crédito com "plafonds" altos para complementar (de forma escondida das Finanças) os seus rendimentos.

Assim, compravam obras de arte, relógios de luxo, pagavam restaurantes como forma de complementar os salários, não declarando esses valores ao Fisco.

Tudo isto se passou em plena crise económica. O caso, conhecido como "Cartões Black" [a cor do cartão de crédito] afetou politicamente o PP e Rato pediu a sua suspensão temporária no partido.

Rodrigo Rato também começou a ser investigado por branqueamento de capitais, após ter beneficiado de uma amnistia fiscal desenhada pelo próprio PP e aprovada por Rajoy em 2012.

Além disso, ainda está a ser investigado por ter cobrado um salário de seis milhões de euros ao banco de investimento Lazard, no qual trabalhou como assessor, e que foi a entidade financeira que fez o relatório sobre a entrada em bolsa do Bankia.

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