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BCE avisa que a próxima crise internacional estará ligada ao mercado imobiliário
Danièle Nouy, presidente do Conselho de Supervisão do BCE, alerta para perigos das taxas de juro variáveis GTRES

Uma nova crise internacional vai rebentar. Desconhece-se onde e quando, mas sabe-se que vai acontecer e estará relacionada com o mercado imobiliário. Quem o diz é a presidente do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE). Danièle Nouy assegura, porém, que os bancos "estão melhor preparados" para enfrentá-la do que há uma década. A grande preocupação do momento são as taxas de juro variáveis.

Numa entrevista à agência de notícias letã "Leta", citada pelo Expansión, Nouy assegurou que o "único" que sabe a "ciência exata" é que haverá outra crise, ainda que desconheça quando e onde vai surgir. A reguladora europeia indicou que suspeita que a próxima crise vai ser provocada pelo mercado imobiliário. "Muitas das crises anteriores estiveram relacionadas com o mercado imobiliário, ainda que não seja de maneira direta", sublinhou.

Não obstante, Nouy assegurou que, graças ao Mecanismo Único de Resolução está em marcha, os bancos estão "muito melhor preparados" para afrontar um 'schock' económico, uma vez que os mecanismos de gestão de crise são "mais fortes".

A reguladora alertou que as taxas de juro variáveis "têm risco" uma vez que não há "garantia" de que quando subam os lucros das empresas ou os salários dos trabalhadores também aumentem. "Vamos a monitorizar de perto os desenvolvimentos do mercado imobiliário", avisou.

Esta não é a primeira vez que as autoridades monetárias alertam para os riscos deste setor para o sistema financeiro e a economia da Zona Euro. A nível doméstico, o Banco de Portuga veio em junho dar nota de que a subida dos preços das casas - mais de 30% em cinco anos - começava a ser preocupante, devido aos riscos para a estabilidade financeira.

No Relatório de Estabilidade Financeira o regulador português dizia asssim que “as indicações de sobrevalorização dos preços no mercado imobiliário residencial em termos agregados” são ainda “muito limitadas”, frisando porém que “a duração e o ritmo de crescimento dos preços neste mercado podem implicar riscos para a estabilidade financeira, em caso de persistência destas dinâmicas”.

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