Em causa está o estudo “Global Real Estate Bubble Index 2020”, publicado pelo banco suíço UBS. O Top 3 do ranking é liderado por Munique, Frankfurt e Toronto.
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Estas são as cidades com maior risco de bolha imobiliária (Lisboa está fora da lista)
GTRES

Nem a crise do coronavírus, nem a recessão económica global histórica fizeram os fantasmas da bolha imobiliária desaparecerem de algumas das maiores metrópoles do planeta. O banco suíço UBS considera, de resto, que estamos diante de um cenário “insustentável”, uma vez que o preço médio da habitação nas 25 maiores cidades do mundo subiu nos últimos quatro trimestres, apesar da emergência sanitária causada pela pandemia e da economia estar a atravessar um momento difícil.

De acordo com o Global Real Estate Bubble Index 2020, as cidades com maior risco de enfrentar uma bolha no imobiliário são Munique, Frankfurt, Toronto, Hong Kong, Paris, Amsterdão e Zurique. Num segundo escalão, e dentro da categoria de habitação sobrevalorizada, aparecem Vancouver, Londres, Tóquio, Los Angeles, Estocolmo, Genebra, São Francisco, Tel Aviv, Sidney, Moscovo e Nova Iorque.

Posição 2020CidadeMudanças vs. 2019Estado do preço das casas
1MuniqueMantém-seRisco de bolha
2FrankfurtSobeRisco de bolha
3TorontoDesceRisco de bolha
4Hong KongDesceRisco de bolha
5ParisSobeRisco de bolha
6AmesterdãoDesceRisco de bolha
7ZuriqueSobeRisco de bolha
8VancouverDesceSobrevalorização
9LondresMantém-seSobrevalorização
10TóquioSobeSobrevalorização
11Los AngelesSobeSobrevalorização
12EstocolmoMantém-seSobrevalorização
13GenebraSobeSobrevalorização
14São FranciscoDesceSobrevalorização
15Tel AvivSobeSobrevalorização
16SidneyDesceSobrevalorização
17MoscovoSobeSobrevalorização
18Nova IorqueSobeSobrevalorização
19BostonSobeValor razoável
20SingapuraMantém-seValor razoável
21MadridDesceValor razoável
22VarsóviaSobeValor razoável
23MilãoDesceValor razoável
24DubaiMantém-seValor razoável
25ChicagoMantém-seSubvalorização

A entidade financeira sustenta que as taxas de crescimento dos preços da habitação ajustadas pela inflação nas cidades analisadas aceleraram nos últimos quatro trimestres. Em muitas metrópoles, como Munique, Frankfurt, Sidney, Moscovo, Paris, Toronto, Estocolmo ou Varsóvia, os imóveis residenciais ficaram 5% mais caros.

Na lista das 25 cidades analisadas, apenas quatro registaram quedas de preços: Hong Kong, Dubai, São Francisco e Madrid. No caso da capital espanhola, o estudo detalha que o valor dos imóveis é razoável, principalmente depois de terem ficado mais baratos nos últimos meses, em plena pandemia. Portugal fica, de resto, fora da lista - à semelhança do ano passado -, uma vez que nenhuma cidade aparece no ranking.

Estas são as cidades com maior risco de bolha imobiliária (Lisboa está fora da lista)
UBS

Por que é que o preço sobe em muitas cidades

O banco UBS considera que o principal motivo que justifica o facto de o preço do mercado residencial não ter sido afetado em muitas das grandes cidades se deve às medidas de apoio implementadas pelos governos, nomeadamente as moratórias, suspensão de despejos ou redução de taxas, às quais se juntam as condições de financiamento, que continuam a ser favoráveis ​​para as famílias e empresas, graças às baixas taxas de juro.

Todos esses fatores têm impulsionado a resiliência do mercado imobiliário nas grandes metrópoles e, portanto, o risco de se criar uma bolha imobiliária continua sobre a mesa. No entanto, a entidade descarta um novo 'boom' de crédito.

Correções à vista

Ainda assim, segundo o banco, os dados mostram excessos em alguns mercados imobiliários, salientando, por isso, que o atual ritmo de aceleração de preços “não é sustentável”. Tudo aponta para uma correção num futuro próximo, ainda que a entidade não indique qual o momento ou áreas nas quais isso deverá acontecer.

A entidade suíça limita-se a evidenciar o facto “do arrendamento ter caído na maioria das cidades, o que provavelmente indica que haverá uma fase de correção", e que "um impulso macroeconómico, uma mudança no sentimento de investidores ou um aumento significativo da oferta pode desencadear uma queda nos preços das casas".

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