Lisboa, Paris, Roma e Barcelona: juntas para proteger lojas históricas

As cidades de Lisboa, Barcelona, ​​​​Paris, Roma criaram uma aliança municipal para a preservação e proteção das lojas históricas e emblemáticas das cidades, através de uma estratégia de governança partilhada liderada pelos governos locais. O principal objetivo deste acordo é criar estratégias conjuntas entre as diferentes cidades para preservar o património comercial europeu.

O acordo foi celebrado em Barcelona, a 7 de março, no âmbito da “1ª Jornada de Comércios Emblemáticos em Cidades Europeias”. O documento aponta para a necessidade de promover medidas governamentais e planos especiais que permitam reconhecer a importância destes estabelecimentos e que contribuam para a sua proteção, conservação e valorização com ações que favoreçam a sua viabilidade económica, conservação do património e função comercial.

Além disso, acrescenta que os estabelecimentos comerciais emblemáticos devem participar da cocriação das políticas municipais de comércio local, a fim de garantir sua competitividade e avançar na profissionalização do setor e na digitalização, por meio de capacitação e assessoria jurídica, e acompanhamento na gestão da atividade económica.

As quatro cidades consideram que é necessário criar uma carta internacional sobre lojas históricas em que se determine, de forma consensual, o que é considerado estabelecimento emblemático ou singular e onde se definam as suas diferentes tipologias com os níveis de proteção patrimonial (patrimoniais, móveis, materiais) e culturais (criatividade) correspondentes, para que se possam definir os instrumentos de proteção e valorização deste tipo de estabelecimentos. Nesse sentido, é fundamental a criação de unidades especializadas de gestão nas administrações públicas nas quais o setor privado também participe.

Lojas históricas, um património de alto valor

Os estabelecimentos comerciais emblemáticos são uma rede de lojas com alma e tradição histórica, nalguns casos centenárias, que combinam o esforço e a dedicação de várias gerações e reforçam a conceção da Europa como comunidade cultural, assente em valores e história partilhados, e são um exemplo claro de expressões culturais e criatividade que incluem tanto o património cultural tangível quanto o imaterial. Estes contribuem para o desenvolvimento económico e para a geração de identidade, criação de emprego e oferta única, tanto para os cidadãos como para quem nos visita.

Atualmente, foi detetado todo um conjunto de riscos que afetam a proteção e preservação destes estabelecimentos, derivados da viabilidade do negócio na atualidade, da conservação e salvaguarda do património material e imaterial, da mudança geracional, da gentrificação e pressão do património imobiliário, exclusão digital ou adaptação às mudanças climáticas, entre outros.