Gigante do e-commerce está a reavaliar necessidades dos escritórios, tendo em conta o teletrabalho e os recentes despedimentos.
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Construção da sede da Amazon
Foto de Jiyoung Kim no Pexels

A gigante do retalho online Amazon está a passar por um processo de transformação interno impulsionado pelas novas formas de trabalho e pelo seu rápido crescimento durante a pandemia. Entre as principais mudanças está a demissão de mais de 18 mil trabalhadores confirmada no início deste ano. Mas não só. A administração da Amazon também decidiu parar com vários projetos de construção, incluindo o da sua segunda sede na Virgínia (EUA), para reavaliar as necessidades dos escritórios, tendo em conta que o teletrabalho veio para ficar.

A obra daquela que será a segunda sede da Amazon – a chamada HQ2 – no estado da Virgínia (EUA) parou recentemente devido ao ajustamento da estratégia da empresa. A verdade é que a primeira fase deste campus já está em fase de conclusão e tudo indica que estas duas novas torres de escritórios poderão ser ocupadas em junho tal como previsto, escreve a Bloomberg.

Por outro lado, a paralisação das obras vai sim afetar a outra fase do projeto, que consiste na construção de 3 torres de escritórios com 22 andares e um centro de conferências em forma de hélice, que contará ainda com um jardim interno. A ideia seria lançar a primeira pedra desta segunda fase do projeto nos primeiros meses de 2023, mas com a recente paralisação das obras a data deverá derrapar para 2024.

“Estamos sempre a avaliar os planos de espaço para garantir que atendem às nossas necessidades de negócios e criem uma ótima experiência para os funcionários”, disse John Schoettler, gerente imobiliário da Amazon

O congelamento das obras daquele que é o maior projeto imobiliário da Amazon pode criar dores de cabeça para os promotores locais (como a JBG Smith Properties), bem como para os trabalhadores de construção e serviços que apostaram na rápida expansão da gigante do retalho online. De notar ainda que se o atraso das obras se prolongar, a Amazon poderá mesmo comprometer os prazos dos projetos imobiliários a serem devolvidos junto à sua nova sede na Virgínia e que visam beneficiar a comunidade, como a construção de uma escola, praça pública, ciclovia e espaço comercial.

Ainda assim, John Schoettler, gerente imobiliário da Amazon, garantiu que vai cumprir o que prometeu ao condado de Arlington, no estado da Virgínia: vai investir 2,5 mil milhões de dólares (cerca de 2,3 mil milhões de euros à taxa de cambio atual) e contratar cerca de 25.000 trabalhadores até 2030. Em troca, as entidades governamentais da Virgínia comprometeram-se a dar cerca de 800 milhões de dólares em isenções fiscais (cerca de 745 milhões de euros) e melhorias nas infraestruturas ao longo de 15 anos.

“Nossa segunda sede sempre foi um projeto plurianual e continuamos comprometidos com Arlington, Virgínia, e a região metropolitana da capital – o que inclui investir em casas acessíveis, financiar o ensino das ciências da computação em escolas de toda a região e apoiar dezenas de organizações locais sem fins lucrativos, disse ainda Josh Schoettler, citado pelo mesmo meio.

Em paralelo, os projetos de construção da Amazon em Bellevue, Washington, perto de Seattle, e Nashville, Tennessee, pararam enquanto as equipas redesenham os edifícios. Até porque o CEO da Amazon, Andy Jassy, disse que vai exigir que os trabalhadores fossem, pelo menos, três dias por semana ao escritório a partir de maio.

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