
Na Noruega, um projeto-piloto quer mostrar que é possível renovar casas com 100% de materiais reutilizados. A construtora Bracker AS, responsável pelo empreendimento que vai nascer no local, decidiu usar um armazém no projeto e mostrar que é possível reutilizar o betão num novo edifício.
O armazém localizado em Bergen está completamente vazio, sendo que naquele local irá nascer uma zona de habitação e comércio. Em vez de demolir o espaço, uma equipa está a analisar as paredes e tetos, com recurso a tecnologia, para perceber de que forma o edifício poderá ser aproveitado.
Neste caso, tal como explica o Jornal Público, que visitou o local no momento do “diagnóstico” do edifício, está a ser usado o método GPR — Ground Penetrating Radar —, “que permite uma visualização através de ondas eletromagnéticas, que vai dar informação sobre a qualidade e densidade do betão, se está ou não em bom estado”.
É através do sensor ‘Sondre Naerland’, da Birdsview, que a equipa presente consegue fazer uma espécie de raio-x à infraestrutura, recolhendo dados que são processados quase em tempo real por um computador.
Tore Holvik, representante da construtora Bracker AS, não sabe ainda quanto betão será resgatado, sendo igualmente difícil apontar prazos de conclusão do projeto. Ainda assim, garante que investimento público que incentiva a partilha de informação e experiência com outras empresas, tal como escreve o Público.
Na vista a este projeto-piloto em Bergen estiveram presentes várias empresas e entidades portuguesas – Secil, SPRAL, Casa Diff, Perfisa, o Instituto da Construção da Universidade do Porto, o grupo Garcia, grupo Casais, ou ainda a G&O – Gestão de Obras.
Rui Barros Garcia, engenheiro civil e responsável pelo departamento de Qualidade e Sustentabilidade do grupo Garcia, presente na iniciativa, considera que “esta tecnologia pode ser perfeitamente utilizada” nos edifícios em Portugal, sendo necessário, contudo, afastar a barreira de muito “conservadorismo” que ainda permeia o setor. Profissionais ouvidos pelo jornal garantem que ainda há muito por fazer.
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