Em 2023, 5.400 novas casas foram construídas na Irlanda do Norte e Mark Spence, diretor executivo da Federação dos Empregadores da Construção (CEF), espera que o número final para 2024 "seja inferior a 5.000 e mais próximo de 4.000".
Esse declínio na construção deve-se em grande parte aos problemas de esgoto do país. Especialistas ouvidos pelo Financial Times dizem que o sistema de esgoto não pode abastecer as novas casas - logo, não estão ligadas à rede e, por isso, as pessoas não podem mudar-se.
O orçamento da NI Water, empresa responsável pela gestão de águas residuais na Irlanda do Norte, para 2025 é de 321 milhões de libras, uma diminuição notável, já que o orçamento estabelecido em primeiro lugar para este novo ano foi de 590 milhões, segundo o jornal.
John McLran, executivo-chefe da empresa imobiliária Radius Housing, disse em um comunicado divulgado pelo jornal britânico que "a necessidade de investimentos substanciais em infraestrutura de águas residuais é evidente há muito tempo". Além disso, também ressalvou que antes eles tinham "incerteza sobre o que poderia ou não ser construído, agora têm certeza de que quase nada pode ser construído".
O jornal britânico estima que existam cerca de 19.000 casas em todo o país à espera de serem construídas devido a problemas no serviço de esgoto.
Na mesma linha, a CEF garante que existem atualmente 8.450 casas concluídas que não podem ser utilizadas devido a estes problemas, algumas destinadas a arrendamento social. Foi investido cerca de 1 milhão de libras nelas.
Falta de oferta provoca aumento dos preços
Spence disse que o número de novas construções não ultrapassará as 5.000 unidades em 2024, mas o especialista vai mais além: ele diz que esse número está "bem abaixo da meta teórica", que o coloca em 10.000 casas por ano para atender à procura atual.
Essa falta de oferta levou a um aumento de 10,2% nos preços das casas durante o mês de outubro (o último mês com dados publicados), de acordo com Halifax, que coloca o custo médio de uma casa no país em 204.242 libras.
No mercado de arrendamento, os últimos dados publicados pelo Office for National Statistics (ONS) do Reino Unido refletem um aumento homólogo de 9% em setembro, o último mês com dados oficiais.
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