As medidas para o setor da habitação do novo presidente da câmara da maior cidade dos EUA, epicentro da economia mundial.
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O que muda na habitação em Nova Iorque
Zohran Mamdani foi eleito o 111º presidente da câmara de Nova Iorque Getty images

Zohran Mamdani foi eleito o 111º presidente da câmara de Nova Iorque (EUA), numa vitória histórica que colocará um reconhecido socialista democrata à frente da capital financeira do mundo. Votaram mais de dois milhões de pessoas, o número mais elevado desde 1969, segundo a Comissão Eleitoral da Cidade de Nova Iorque.

Com apenas 34 anos, Mamdani obteve 50,4% dos votos, superando o independente Andrew Cuomo, antigo governador do estado de Nova Iorque, a quem já vencera nas primárias democratas. Mamdani triunfou em quatro dos cinco distritos da cidade, tendo tido o seu melhor resultado em Brooklyn.

Mamdani tornar-se-á, assim, na pessoa mais jovem a ocupar o cargo de presidente da câmara nova-iorquino no último século. E mais: será também o primeiro presidente da câmara muçulmano de Nova Iorque e a primeira pessoa de ascendência sul-asiática a liderar a cidade em quatro séculos de história.

Durante a campanha, Mamdani centrou vários discursos na necessidade de responder à crise de acesso à habitação que se vive em Nova Iorque. Comprometeu-se a congelar as rendas das habitações protegidas (sociais), que, por si, já impõem limites aos aumentos, abrangendo quase um milhão de casas - metade do mercado de arrendamento nova-iorquino.

O valor médio mensal dos preços praticados no mercado de arrendamento disparou, atingindo aproximadamente 3.400 dólares em 2025 (cerca de 2.960 euros). Em 2024, a taxa de desocupação de habitações situou-se em 1,4%, o valor mais baixo de sempre registado na cidade.

A dificuldade em conseguir suportar as despesas com a habitação dominou toda a campanha eleitoral, e Mamdani construiu o seu discurso em torno de medidas para aliviar a pressão sobre os nova-iorquinos com maiores dificuldades económicas. Aproximadamente metade das famílias arrendatárias da área metropolitana destinam mais de 30% dos rendimentos à habitação, ultrapassando o limiar que os especialistas consideram o limite máximo de acessibilidade.

Outras promessas eleitorais de Mamdani passam ainda por financiar o transporte público gratuito e assegurar o acesso universal à creche, através da introdução de novos impostos sobre empresas e a cidadãos com maiores rendimentos.

Habitação em Nova Iorque
Vista panorâmica da cidade de Nova Iorque Getty images

As medidas aprovadas para enfrentar a crise da habitação

A eleição do novo presidente da câmara não foi, contudo, a única decisão tomada nas urnas a 4 de novembro de 2025. Foram igualmente aprovadas três medidas de relevo na área da habitação acessível, todas centradas na aceleração dos processos para viabilizar a construção de novas casas a preços controlados.

Passa agora a estar prevista a aceleração dos processos burocráticos, a criação de uma nova instância de revisão do uso do solo e a instituição de uma Junta de Recursos de Habitação Acessível, com competências para reverter decisões relativamente ao uso do solo.

O Conselho Municipal rejeitou alterações propostas, alegando que estas enfraqueceriam o seu controlo sobre o desenvolvimento urbano nos bairros. Defensores das novas medidas consideram-nas, porém, fundamentais para impulsionar a construção de habitação.

“Não conseguiremos manter o ritmo da construção se não dispusermos de um mecanismo para aprovar estes projectos de forma mais célere”, afirmou Barika Williams, directora-executiva da Associação para o Desenvolvimento Comunitário e Habitação. “Os projetos de habitação acessível não avançam porque se gastam centenas de milhares de dólares apenas para obter aprovação prévia. Ainda assim, as comunidades devem poder participar nas decisões sobre o que se constrói", acrescentou.

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