
O gasto das famílias portuguesas com as compras para casa atingiu os 9,7 mil milhões de euros, no ano passado, um aumento de 4,8% face ao ano anterior e que corresponderá a um valor recorde. E na hora de encher as prateleiras da despensa, os portugueses preferem, cada vez mais, o comércio de proximidade, trocando os hipermercados por espaços mais pequenos.
O retalho tradicional, que também contempla as pequenas lojas das grandes cadeias de distribuição cresceu 7,3% nas vendas, bem como os grandes supermercados. Já os pequenos supermercados subiram 4,4% e os hipers apenas 1,4%, segundo dados da Nielsen citados pelo Dinheiro Vivo sobre consumo.
“Estes dados vêm-nos mostrar que a mudança de comportamento do consumidor, que vem do tempo da crise, ficou para ficar. Em vez de ir uma vez por mês às compras, as famílias procuram ir várias vezes, comprando menos e em supermercados mais próximos. O que é, também, uma forma de melhor gerirem os seus próprios orçamentos. E a verdade é que, ao longo dos últimos anos, os hipermercados vão pesando sempre um bocadinho menos no bolo total, e isso traduz-se no abrandamento nas aberturas de novas lojas, ao contrário dos espaços de proximidade”, explica o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel, citado pelo jornal.
Os mesmo dados mostram que há novas tendências também no que respeita a marcas. São as chamadas ‘marcas brancas’ as que mais crescem: 6,4% contra os 4% das marcas de fabricantes, o que, para o responsável, resulta, em parte, da reação do mercado à chegada da cadeia espanhola Mercadona ao mercado português.
E 2019 fica na área da distribuição marcado por outro novo valor recorde no peso das promoções, que valem já 46% das compras realizadas. Em 2011, pesavam, apenas, 22%. "Continuam a crescer porque temos hoje um consumidor que claramente faz o circuito das promoções, ou seja, compra uma coisa aqui e outra ali, em função dos preços que mais lhe agradam. E a proximidade das cadeias ajuda a isso”, acrescenta o diretor-geral da Centromarca.
Atualmente, apenas 3% dos consumidores fazem as suas compras todas numa só cadeia, tal como se pode concluir pelos dados da Nielsen. A maioria, 35%, vão a quatro cadeias diferentes e 29% dos consumidores fazem as suas compras para o lar em cinco insígnias distintas.
Para poder comentar deves entrar na tua conta