A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua a ser o banco refúgio dos portugueses em momentos de crise no setor financeiro nacional. Prova disso mesmo parecem ser os 200 milhões de euros que foram depositados por particulares no banco do Estado, no dia da abertura do Novo Banco - formado com a parte "boa" do BES, após a intervenção do Banco de Portugal.
Foi nesta segunda-feira, 4 de Agosto, que muito portugueses, na maioria antigos clientes do Banco Espírito Santo (BES), se dirigiram aos balcões do Caixa para guardar as suas poupanças, segundo noticia hoje o Público.
O nível de depósitos da Caixa foi registando um volume crescente ao longo do mês de Julho, à medida que ia aumentando a instabilidade à volta do banco e do grupo Espírito Santo, de acordo com aquele jornal.
Depósitos até 100 mil euros estão garantidos se tudo correr mal no Novo Banco
A transferência de dinheiro para a Caixa aconteceu apesar de a segurança dos depósitos no BES nunca ter sido posta em causa e de o Fundo de Garantia dos Depósitos continuar a garantir um máximo de 100 mil euros a cada depositante, mesmo num cenário extremo de insolvência.
Os 200 milhões de euros que entraram na Caixa esta segunda-feira referem-se apenas a depósitos de particulares e não de empresas. Já foi, no entanto, noticiado que pelo menos uma empresa, a Portugal Telecom, também levantou 128 milhões depositados no BES depois de 30 de Junho, embora neste caso não se saiba publicamente para onde foi transferido o dinheiro.
BES recebe 4900 milhões de euros de ajuda e muda de nome para Novo Banco
O cenário era feio, muito feio, mas ninguém, incluindo as autoridades internacionais, parecia pensar que o pior pudesse acontecer. Mas aconteceu e em Portugal. O buraco de mais de 4 mil milhões de euros do BES obrigou à intervenção do Banco de Portugal ontem à noite. Hoje, a parte boa da instituição financeira que cresceu e afundou pela mão de Ricardo Salgado chama-se Novo Banco e é propriedade do Fundo de Resolução bancária.
Vale a pena aplicares as tuas poupanças em depósitos?
Estavas a pensar poupar o subsídio de férias para fazer um depósito a prazo? Pois, pensa bem: a taxa de juro média de um depósito a prazo a um ano caiu, em maio, para 1,71%, quando em janeiro de 2013 estava a 2,47%. Esta é o valor mais baixo desde 2010. E o pior é que, de acordo com a Deco, a associação de defesa dos consumidores, os maiores bancos estão já a pagar apenas 0,7% por um depósito de 5 mil euros a um ano.
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