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Lisboa: Rés do Chão, o projeto que visa reabilitar pisos térreos de espaços comerciais vazios

O projeto Rés do Chão tem como objetivo reabilitar os pisos térreos de espaços comerciais em Lisboa desocupados. Tem como mentoras quatro arquitetas. E amigas. Mariana Paisana, Marta Pavão, Sara Brandão e Margarida Marques estavam emigradas e decidiram regressar a casa. Conquistaram o terceiro prémio da FAZ - Ideias de Origem Portuguesa – e assim surgiu o Rés do Chão, um projeto que aposta na reocupação horizontal, ao invés da tradicional reabilitação total do edifício. 

“Por conhecermos bem as habitações no bairro de São Paulo decidimos estudá-las em pormenor”, explicou Marta, citada pelo i, salientando que em 2013 se depararam com mais de 50% dos pisos térreos desocupados. “Era mais que evidente que esta zona tinha as condições ideais para começarmos o nosso trabalho”, acrescentou Margarida. 

Foi na Rua do Poço dos Negros que descobriram o espaço ideal para servir de piloto do projeto. Estava encontrada a sede da Rés do Chão (no número 119), que funciona também como ateliê de trabalho partilhado. “Aproveitámos tudo o que o espaço tinha de original, dos azulejos da parede à parte expositora da mercearia”, revelou Marta. O espaço, que abriu em junho, serve de escritório às quatro mentoras da Rés do Chão e alberga ainda quatro projetos ligados à moda.

Segundo a responsável, “o imóvel não estava no mercado e o proprietário só estava interessado em vender”, pelo que foi complicado “mostrar as vantagens que traz um arrendamento”. “Um espaço fechado não é apetecível para ninguém, já um local reabilitado e aberto torna-o mais interessante, até para uma futura venda”, frisou, em declarações ao i.

As mentoras do projeto querem agora fazer uma espécie de mapa dos espaços vazios existentes no bairro. “Estamos a trabalhar numa lista dos espaços vazios e ao mesmo tempo num mapeamento de todos os negócios que existem nesta zona”, revelou Margarida. Para esta tarefa contribuiu o concurso BipZip-Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária para 2014 da autarquia, que apoia o projeto até agosto de 2015.

Segundo as quatro amigas e arquitetas, os contactos de pessoas interessadas em arrendar um espaço térreo do bairro são quase diários.

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