
Um voto é um voto. Isto é o que deverão ter pensado os membros do parlamento alemão que acabam de aprovar uma lei de controlo que limita os aumentos das rendas de casas por cima da média da zona nas áreas em que considerem haver falta de oferta de habitação.
O problema do crescente aumento dos custos de arrendamento estava a castigar o executivo de Angela Merkel, sobretudo porque quase 47% da população do país vive em regime de arrendamento. "A habitação não deve ser um bem de luxo. As rendas não subiam tão rapidamente como está a acontecer agora", declarou o ministro da Justiça Heiko Maas.
Berlim é o exemplo mais caro do problema de subida das rendas. Na capital alemã apenas se construíram 15.500 casas desde 2010, enquanto a população da cidade aumentou em mais de 150.000 pessoas no mesmo período.
A principal consequência: as rendas subiram um terço. Os apartamentos mais caros de nova construção no popular e central bairro de Mitte têm um preço médio de arrendamento de 14 euros por m2 e mês.
As mesmas tendências observam-se em outras cidades alemãs. Em Munique, que tem a população com mais rápido crescimento e uma das taxas de desemprego mais baixas do que qualquer cidade alemã, as rendas superaram a inflação ano após anos, desde 2004.
Inclusivamente nos distritos da cidade mais procurados, o custo da habitação na Alemanha não se pode, porém, comparar com as rendas das principais áreas do centro de Londres.
Mas a tradição de casas arrendadas a um custo acessível na Alemanha fez com que os políticos tenham ficado sob pressão para limitar os aumentos, fazendo com que a compra dos ativos imobiliários seja muito menos atrativa para os investidores.
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