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Uma dezena de coisas de que sentem falta os emigrantes

A família e os amigos são sem dúvida o que os emigrantes portugueses dizem sentir mais saudades quanto partem para outro país. Mas há outras coisas, pequenas e simples, ou nem por isso, que no dia a dia sente falta quem vive fora. É o caso da jornalista do Dinheiro Vivo, Ana Rita Guerra, que trocou Lisboa por Los Angeles, nos EUA, e agora conta as 10 coisas de que mais sente falta do cantinho lusitano.

1. Multibanco. Esse luxo de ter uma máquina Multibanco em cada esquina e de funcionar para qualquer cartão e qualquer banco é uma memória longínqua, segundo relata Ana Rita Guerra, dando nota de que ali, não só é preciso ir à máquina automática certa do nosso banco, para não pagar taxas, como o que dá para fazer com ela é limitado. "Carregar o telemóvel? Que bruxaria é essa?".. ironiza.

2. Televisão, internet e telemóvel no mesmo pacote. No dia em que ligou para um dos fornecedores de telecomunicações a perguntar se podia ter uma fatura única em pacote com o serviço de internet, do mesmo grupo, responderam-lhe que não, era o que faltava. Entretanto, apareceram uns pacotes que juntam tudo e são a módica quantia de 90-100 dólares, com velocidades baixas e canais manhosos. "E a quantidade de vezes que a rede móvel vai ao ar?" brinca mais uma vez a jornalista.

3. Baldes com espremedor e esfregona. Está na sua lista de coisas a levar quando for de férias a Portugal, porque ali diz que não existe. Há grande variedade de esponjas descartáveis, mas o conceito de um espremedor num balde quase deixou um empregado da Lowe"s a dar gargalhadas na minha cara. Conta que foi a uma dezena de lojas e supermercados e nem sinal.

4. Bica. O café expresso é caro nos EUA e, nas palavras de Ana Rita Guerra, "sabe a grãos de café infelizes que foram à guerra e perderam todos". Uma bica a 0,55euro, continua, é uma utopia, pelo que o melhor é mesmo pedir um café Americano no Coffe Bean ou comprar uma máquina de cápsulas para casa (e mesmo assim...).

5. Transportes públicos. Recorda que, com a excepção dos dias complicados de greve, é possível na maioria das cidades portuguesas andar de um lado para o outro de transportes. Em Los Angeles, de acordo com a jornalista portuguesa especializada em tecnologia, toda a gente tem carro porque as linhas são parcas e não ligam de uma ponta à outra. 

6. Bilhetes de cinema a preços razoáveis. Em Los Angeles a não ser que seja uma ocasião ultra especial, não se pode ir ao cinema de tão caro que é. 

7. Seguro do carro para não ricos. Ana Rita Guerra diz ainda que achava que pagava muito pelo seguro contra todos em Portugal, até descobrir que aqui barato é coisa de 100 dólares por mês. "Por. Mês", frisa.

8. Jantar depois das 22h00. Quando chegou conta que não percebeu porque é que toda a gente marcava jantares para as sete da tarde (mas o que é que aconteceu ao lanche?) e depois descobriu que a maioria dos restaurantes fecha às 21h00, alguns às 22h00. Supermercados igual, entre as 20h00 e as 21h00.

9. Futebol. Além de gozarem com o "soccer", ninguém percebe este desporto e as conversas são todas em torno de râguebi, baseball e basquetebol. O LA Galaxy é patrocinado pela Herbalife e o estádio fica super longe de tudo.

10. Saúde. Não obstante o que tem acontecido no sistema de saúde em Portugal, com as longas listas de espera e o aumento das taxas de moderação, é muito mais fácil obter ajuda e tratamento do que nos EUA. Escreve a jornalista que, se uma pessoa não tiver seguro de saúde, os preços são simplesmente exorbitantes - uma ida às urgências pode ficar em mil ou dois mil dólares, uma operação de emergência pode chegar a valores surreais de 30 ou 40 mil dólares, e os seguros nem sempre cobrem tudo. E remata citando que ali se diz que a forma mais fácil de ir à falência é alguém adoecer ou ter um filho doente. 

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