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A partir de março deste ano que se está a registar em Portugal um aumento do número de trabalhadores com menos horas de trabalho, no âmbito dos processos de layoff, face ao mesmo período homólogo. Esta tem sido a solução de várias empresas a operar no mercado nacional para responder a quebras de negócio.

Segundo dados da Segurança Social disponibilizados através do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, citados pelo Público, o total de funcionários alvo de layoff (incluindo os que sofreram uma suspensão temporária de contratos) também superou, nos meses do último trimestre, os números de idêntico período de 2014.

A secretária-geral da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Ana Vieira, explica ao diário que para algumas empresas “não faz sentido que se suspenda a atividade, mas sim que se reduza o número de horas trabalhadas”. 

Embora a responsável reconheça ao diário que os números do layoff estão longe dos anos de pico da crise económica (em 2009 houve 423 empresas a recorrer a este mecanismo, abrangendo um total de 19.278 trabalhadores), na prática esta “é sempre uma figura a que poucas empresas recorrem”, diz Ana Vieira. 

O que vai mal na economia?

Se a tendência de queda do layoff que se notou particularmente na segunda metade de 2014 “foi atribuída” às alterações à legislação do trabalho, “que aumentaram outras formas de precariedade e facilitaram os despedimentos”, a tendência de maior recurso a este mecanismo a partir de dezembro “indicia que algo de grave se passa com a economia”, defende Armando Faria, dirigente da CGTP. 

Os dados disponibilizados pelo GEE não identificam, no entanto, os setores que recorrem mais a esta estratégia de gestão, e que ajuda a ultrapassar um determinado momento conjuntural de falta de procura (e não um problema mais estrutural). 

Em 2009, ano recorde do recurso ao layoff, a indústria dos componentes automóveis foi particularmente afectada, e várias acabaram por recorrer a despedimentos coletivos, lembra o Público. A Faurecia, a Sodecia e a Tyco foram apenas alguns dos casos que nesse ano saltaram para as páginas dos jornais. Atualmente, o cenário actual é outro, garante ainda ao jornal o presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), Tomás Moreira.

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