O Governo de Macau anunciou que vai reduzir os limites do rácio de empréstimos para a compra de casa e a imóveis em construção. A medida, que entra em vigor esta sexta-feira (dia 5) e visa combater a especulação imobiliária, não vai afetar os empréstimos a residentes de Macau destinados à compra do primeiro imóvel, disse Lau Hang Kun, diretora-adjunta do Departamento de Supervisão Bancária da Autoridade Monetária de Macau (AMCM).
Segundo a Lusa, que cita a responsável, o Governo de Macau pretende “controlar o excesso das atividades de investimentos, promover um desenvolvimento estável do mercado de habitação e apoiar os bancos a aperfeiçoar a sua gestão de risco”.
Desta forma, os limites do rácio dos empréstimos a residentes (à exceção dos relativos à primeira aquisição) e a não residentes vão sofrer um corte de 10 a 20%.
Por exemplo, se um residente (natural de Macau ou a viver no território há pelo menos sete anos) comprar uma habitação, que não a primeira, avaliada em até 3,3 milhões de patacas (376.000 euros), o limite máximo do rácio do empréstimo vai ser reduzido de 90% para 70%.
Já os imóveis com valores entre 3,3 milhões e seis milhões de patacas (376 e 685.000 euros) vão ter o limite do rácio do empréstimo ajustado de 70% para 60%. No caso dos imóveis avaliados entre seis e oito milhões de patacas, o limite do rácio do financiamento passa de 60% para 50%. Por fim, o limite máximo do rácio do empréstimo a residentes para imóveis de valor superior a oito milhões de patacas (913.000 euros) diminui de 50 para 40%.
No caso dos não residentes, portadores do chamado “blue card” [sem direito à fixação de residência e com autorização de permanência dependente do contrato de trabalho], o teto máximo do rácio do empréstimo vai ser reduzido de 70 para 60%, havendo um ajustamento de 10% idêntico ao dos residentes em cada um dos quatro “escalões”.
Relativamente à aquisição de imóveis em construção, os limites máximos do rácio do empréstimo vão ser ajustados de 70 para 60% no caso dos residentes e de 50 para 40% no dos não residentes.
Trata-se de medidas que visam “reprimir a especulação imobiliária”, disse Lau Hang. No primeiro trimestre do ano, o valor dos imóveis para habitação aumentou 20% em termos anuais e 4,7% em termos trimestrais, tal como o número de transações, que subiram em flecha.
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