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A tónica da discussão dos problemas da habitação em Portugal tem sido habitualmente colocada no turismo. Mas o primeiro-ministro - que elegeu a habitação como uma grande prioridade da segunda metade da legislatura - considera que a questão não passa apenas por aí. Taxativamente, António Costa declara que "a solução não é matar” esta atividade económica, mas tornar Lisboa e Porto “cidades da diversidade”, salientado, porém, que “não se pode expulsar as classes médias” dos centros urbanos.

O chefe do Excutivo garante que a habitação é agora "uma das políticas centrais" da legislatura e lamenta que o país tenha abandonado no final dos anos 90 o "esforço" das políticas públicas nesta área.

“Deixem-me ser muito claro sobre isso. A solução não está em matar o Turismo, porque o Turismo é uma componente fundamental das cidades, o que isso tem transformado Lisboa, o que isso tem transformado o Porto”, afirmou Costa, no Porto, na apresentação da candidatura de Manuel Pizarro à Câmara Municipal do Porto como cabeça de lista pelo PS.

Citado pela Lusa, o líder socialista refere que “a solução está em ter uma cidade da diversidade, uma cidade para todos, onde todos caibam, onde caibam aqueles que aqui procuram refúgio porque fogem da guerra da Síria, que vem para cá estudar (…), que caibam cá aqueles estrangeiros que cá querem viver porque aqui encontraram o amor para poderem construir a sua vida”.

Manter classe média nos centros urbanos

António Costa explanou que “não basta ter um bom aeroporto, ter boa gastronomia, bons bares, ter as Galerias de Paris, estar na onda, para que os turistas venham visitar as cidades”, porque, salientou, “o turismo de cidade vem à procura de experiência nova, daquilo que é diferente e aquilo que dá diferença são as pessoas que lá vivem”.

Por isso, Costa deixou um aviso: “Se queremos cidades vivas e coesas não podemos expulsar as classes médias das cidades, se queremos cidades com vida, temos que ter as novas gerações e os jovens a viver nos centros das cidades”, alertou.

“Aqui têm direito a viver aqueles que querem visitar-nos como turistas, mas aqui têm que ter direito também a viver os que simplesmente são portuenses e que querem continuar a ser portuenses”, rematou.

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Assunção Pinto da Costa
17 Julho 2017, 14:15

Mas a classe média já foi expulsa, como classe trabalhadora, Baixa Pombalina está infestada de turistas violentos e comerciantes igualmente violentos. O A. costa não sabe do que fala e não volta a levar o meu voto, porque eu não estando a ser despejada a minha qualidade de vida é tão má que me vou embora, eu 5ª geração de Alfacinhas.

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