A moeda digital Bitcoin está a dar que falar e promete animar, também, o setor imobiliário. Trata-se da criptomoeda mais valiosa do mundo – cada Bitcoin vale cerca de 3.560 euros – e é usada por muitos milionários. Há um empreendimento imobiliário a nascer no Dubai, avaliado em mais de 270 milhões de euros e composto por centenas de apartamentos de luxo, que será comercializado apenas em Bitcoin.
O complexo residencial em causa foi lançado pelo casal Michelle Mone e Doug Barrowman, que tem como objetivo permitir aos investidores que fizeram fortuna em Bitcoin converter os seus bens virtuais em bens físicos.
“Os investidores fizeram muito dinheiro em criptomoedas nos últimos anos, tanto em Bitcoin como em Ethereum ou outras moedas digitais”, disse Barrowman ao Business Insider, citado pelo Jornal Económico. “Achamos que os compradores destes apartamentos serão pessoas que querem reposicionar os seus bens, do mundo virtual para o mundo real, e não há nada mais seguro que o imobiliário para o fazer”, explicou.
Como será o empreendimento?
O complexo residencial em causa está localizado no Parque de Ciência do Dubai e deverá estar concluído em 2020. Serão ao todo 750 apartamentos – 150 na primeira fase – que chegarão ao mercado. Os preços variam entre as cerca de 40 Bitcoins (142.000 euros) por um estúdio e as 90 Bitcoins (320.000 euros) por um T3.
Michelle Mone, que é fundadora da marca de lingerie Ultimo, adiantou que a maioria dos investidores neste empreendimento será internacional e que muitos imóveis serão colocados no mercado de arrendamento, já que o retorno estimado é de 9% ao ano.
Como funcionará o negócio?
O processo de venda de casas de luxo em Bitcoin levanta algumas questões. Por exemplo: de que forma é que a volatilidade do mercado digital poderá influenciar os negócios? Para se ter uma ideia, na última semana, a Bitcoin desvalorizou em cerca de 10%.
De acordo com a publicação, a resposta poderá passar pela fixação de um preço em dólares, que será convertido para Bitcoin na altura do contrato de venda pela BitPay, que fará a gestão dos pagamentos. Ou seja, o risco será assumido pelos compradores e não pelos empreendedores.
Outra questão é a possibilidade destes negócios serem usados para o branqueamento de capitais, já que as transações em criptomoeda, apesar de serem todas registadas na blockchain – e serem públicas –, não estão ligadas a nenhum nome em particular, o que as torna muito atrativas para uso ilícito.
Certo é que o perfil dos compradores será analisado à lupa antes da realização do negócio. “O ‘front-end’ pode ser em criptomoeada, mas o ‘back-end’ é feito de forma tradicional. Teremos de ver passaportes, conhecer as pessoas com quem estamos a lidar e ter acesso a prova da existência dos fundos, que nos garantam que não há nenhum dinheiro ilícito a passar pelo sistema”, explicou Doug Barrowman.
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